A partir de agora, as unidades móveis de segurança pública, como viaturas de polícia, do corpo de bombeiros e da defesa civil, poderão ter acesso à internet em banda larga, por meio de uma antena desenvolvida pelo CPqD exclusivamente para a faixa de 4,9 GHz, direcionada a serviços de segurança.
De acordo com o gerente de sistemas sem fio do CPqD, Fabrício Lira Figueiredo, a nova tecnologia deve facilitar e aprimorar o trabalho dos órgãos de segurança, possibilitando, a partir de sua instalação no veículo, o envio de imagens para delegacias e a consulta a bancos de dados e informações em tempo real, diretamente das viaturas. “A maioria dos sistemas utilizados pelas polícias atualmente realiza apenas transmissão de voz”, esclarece.
Ainda segundo Figueiredo, a expectativa é que os eventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos impulsionem a adoção da tecnologia no País devido à intensificação dos investimentos em segurança pública. “Haverá uma grande demanda por serviços de inteligência para garantir a segurança durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016”, destaca.
Embora tenha sido desenvolvida para ser utilizada na faixa de 4,9 GHz, o pesquisador afirma que a antena pode ser facilmente adaptada para outras faixas de frequência, podendo também ser uma opção para o Programa Nacional de Banda Larga.
Figueiredo disse que a tecnologia dá mais flexibilidade para o monitoramento da segurança, pois envolve uma rede sem fio e precisão nas imagens feitas. Ele acrescentou ainda que essa é a primeira vez que a CpqD desenvolve um projeto em parceria com a empresa privada TSM. Segundo ele, a antena é adequada para aplicações em rádios com tecnologia MIMO (multiple-input and multiple-output) e com grande potencial de adoção nas redes móveis de quarta geração (4G).
Os rádios MIMO utilizam múltiplas antenas tanto no transmissor como no receptor, o que aumenta a qualidade e o desempenho da comunicação. “Esse é o primeiro de muitos outros projetos que estamos desenvolvendo. Hoje, temos essa antena para a versão 3,5 GHz e pretendemos expandir a comercialização para a rede de locais como as prefeituras e outras empresas privadas que tenham interesse”, disse Figueiredo.
Este é o primeiro resultado concreto do projeto Radiofrequência para Redes Sem Fio Banda Larga Aplicadas à Segurança Pública, que recebeu R$ 4,7 milhões do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).