A ABB Robótica, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Bio Plugs estão desenvolvendo uma aplicação robótica inovadora para a indústria agro no país. O projeto consiste no uso de uma solução com o robô colaborativo GoFa da multinacional suíço-sueca, equipado com um sistema de visão 3D, para o plantio de mudas de plantas.
A expectativa é que o projeto piloto fique pronto no final de março de 2024. A partir dos resultados, será avaliada a possibilidade de a solução ser aplicada em grande escala, contribuindo para o setor de agronegócio brasileiro superar o desafio de suprir a demanda global por produtos com uma mão de obra cada vez mais escassa.
Segundo as Nações Unidas, atualmente, mais da metade da população mundial já vive em cidades e centros urbanos, e a projeção é que a população urbana continuará aumentando para cerca de 68% até 2050(1).
Com o novo investimento em tecnologia, a Bio Plugs, empresa de Atibaia (SP) que produz mudas de flores e plantas ornamentais para todo o Brasil, espera ganhar ainda mais produtividade e escala para acompanhar o crescimento do mercado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o setor de flores, incluindo produção, atacado e varejo, cresce ano a ano e atingiu um faturamento de R$ 10,9 bilhões em 2021, um avanço de 15% em relação ao ano anterior.
"A Bio Plugs e a Unicamp já trabalhavam em parceria no desenvolvimento de soluções para automatizar processos, como sistema de ventilação nas estufas, que hoje são controlados por software desde o enraizamento da muda para posterior envio ao produtor. Quando o projeto for concluído, esperamos que todo processo seja automatizado. Isso permitirá que a produção ocorra dia e noite, sem feriado", afirma Olimar Nunes do Amaral, Diretor da Bio Plugs.
Neste projeto inovador, pioneiro no Brasil, a equipe que trabalha no projeto é formada por professores, pesquisadores e alunos de graduação/pós-graduação do curso de Engenharia Agrícola da Unicamp, sob orientação de Daniel Albiero, Professor de Projetos de Máquinas e Robótica na Agricultura da Feagri-Unicamp.
Segundo o professor, um dos destaques tecnológicos do projeto é o desenvolvimento de um novo sistema de visão 3D com o GoFa, que permitirá ao robô identificar itens que serão manipulados, além de realizar diagnósticos fitotécnicos de uma forma que seja facilmente programável. "Um dos desafios agora é validarmos o quanto antes o projeto piloto", completa Daniel.
Projetado para trabalhar diretamente e continuamente com segurança ao lado de pessoas e por ser muito fácil de instalar e usar, o GoFa™ ajuda as empresas a automatizar processos para auxiliar os trabalhadores que têm tarefas repetitivas e ergonomicamente desafiadoras. O primeiro modelo do GoFa™ foi lançado em fevereiro de 2021, junto com o SWIFTI ™. As duas famílias integram a linha de cobots da ABB, inaugurada em 2015 pelo YuMi™, o primeiro robô realmente colaborativo do mundo.
Os cobots da ABB foram projetados para que os clientes não precisem depender de especialistas em programação próprios. A operação do robô colaborativo pode ser feita poucos minutos após a instalação, de maneira intuitiva, direto da caixa, sem nenhum treinamento especializado. Isso torna mais atrativa a adoção da tecnologia, principalmente, por indústrias com baixos níveis de automação.
Pesquisas mostram que o uso de cobots é uma tendência global. Segundo os dados da IRF (International Federation of Robotics), em 2021, o número de robôs colaborativos recém-implantados cresceu 50%, para 38.966 unidades. Isso representou 7,5% do total de 517.385 robôs industriais instalados ao redor do mundo. Quando as estatísticas de robôs colaborativos IFR começaram em 2017, os robôs colaborativos tinham uma participação de mercado de apenas 2,8%. Desde então, o portfólio de produtos disponíveis no mercado vem se expandindo continuamente, colaborando para o aumento de sua utilização.