Se comunicar, de fato

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Não é de hoje que se ouve falar em convergência de redes. A integração de voz, imagens e dados em uma plataforma baseada na tecnologia IP já é realidade há algum tempo no Brasil e tem evoluído nos últimos anos. Hoje, as empresas não enfocam apenas na redução de custos, mas também em ganhos de produtividade, migrando do modelo atual de convergência de aplicações e serviços de comunicação – um tanto fragmentado – rumo a um modelo mais abrangente, o de comunicações unificadas (unified communications).
Segundo pesquisa recente realizada pela consultoria In-Stat, o mercado de comunicações unificadas fatura US$ 22,6 bilhões ao ano. Seu crescimento é calculado em 13,7% por ano até 2012, quando deverá totalizar US$ 48,7 bilhões de faturamento. Mas ao lado dessa solidez dos números reside uma 'fluidez' dos conceitos. Como tudo que é novo, existem diversas definições sobre o que seja uma plataforma de comunicações unificadas. Para entendermos isso, precisamos, em um primeiro momento, saber dos desafios enfrentados pelas empresas.
Imagine quantas ferramentas e serviços distintos você dispõe hoje para se comunicar, interagir e ser localizado: telefones fixo e celular, correios eletrônico e de voz, SMS, mensagens instantâneas e outros. Novas ferramentas surgem a cada dia com o intuito de facilitar nossas vidas. No entanto, a utilização não integrada dessas soluções acaba tornando a rotina mais complexa e produzindo efeitos colaterais como a redução da produtividade. O objetivo das comunicações unificadas é justamente permitir a interação entre todas essas ferramentas, aplicações e serviços de comunicação em um único ambiente IP colaborativo, que dê ao usuário total controle, com políticas e regras de uso bem definidas.
Ter um ramal que o acompanhe sempre, esteja você conectado ao escritório da empresa, à sua casa ou mesmo em um café do bairro, deixou de ser luxo diante das dificuldades de locomoção das grandes cidades. Ter uma plataforma de e-mails móvel torna mais ágil a troca de mensagens eletrônicas, que antes se entulhavam na caixa de entrada. Já as soluções de telepresença, que promovem reuniões 'virtuais' entre escritórios de diferentes países como se fossem encontros presenciais, têm reduzido gastos com viagens e permitido que executivos passem mais tempo com suas famílias, entre outros benefícios. Todos esses dispositivos permeiam a realidade factível das comunicações unificadas, pautada sempre pela mobilidade e colaboração de seus usuários.
É fato: cada vez mais nos transformamos em trabalhadores móveis e virtuais. Sempre em trânsito, menos fixos em escritórios, cada vez mais interativos e conectados uns aos outros, saindo do modelo de organização matricial e hierárquica para uma plataforma de trabalho mais dinâmica, flexível e com foco em resultados. As comunicações unificadas surgiram dessa premência do mundo moderno e ao mesmo tempo correm para supri-lo de sua matéria-prima essencial: a conexão entre pessoas, ou simplesmente, a comunicação.

* Fernando Lucato é gerente de Desenvolvimento de Negócios para Comunicações Unificadas na Cisco do Brasil.

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