Fazenda quer rediscutir banda larga nas escolas, diz ministro

0

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou nesta quarta-feira, 6, que recebeu pedido do Ministério da Fazenda para rediscutir o texto do Projeto de Lei 1481/07, que trata da implementação da internet de banda larga em todas as escolas públicas do país. A proposta constava da pauta da sessão extraordinária do plenário da Câmara dos Deputados de terça-feira, 5, mas não foi votada por falta de acordo. A informação foi dada em audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática para discutir as prioridades do ministério.
O projeto, que permite o uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para ampliação do acesso à banda larga, é considerado fundamental pelo ministro das Comunicações para a efetivação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). No debate, os deputados Bruno Araújo (PSDB-PE), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Salvador Zimbaldi (PDT-SP) cobraram a votação da proposta. De acordo com Araújo, que preside a comissão, o projeto poderia ser uma grande alavanca para possibilitar o acesso, em todo o país, à infraestrutura de telecomunicações e a novas tecnologias. Já Zimbaldi lembrou que os recursos do Fust nunca foram utilizados e vêm servindo apenas para gerar superavit primário. Já foram arrecadados mais de R$ 9 bilhões, mas, de acordo com o ministro, mesmo com a aprovação do PL 1481/07 os recursos não estarão inteiramente disponíveis.
Bernardo também anunciou que a meta do PNBL é oferecer internet de banda larga a 35,2 milhões de domicílios em 2014, a R$ 35. Segundo o ministro, no entanto, se for concretizada a redução tributária para o setor – em fase de negociação com os governos estaduais – poderá ser oferecida banda larga a R$ 15, a 39,8 milhões de residências. Dados de 2009 mostram que 10,2 milhões de domicílios tinham internet em banda larga, com preço médio de R$ 96. Conforme Bernardo, hoje 34% dos brasileiros têm computador, sendo 27,4% com internet. Ele lembrou que, até 2009, mais da metade da população (55%) nunca havia acessado a internet.
Ele garantiu que a banda larga será oferecida pelo mesmo preço em todos os municípios, incluindo áreas menos populosas, como a região Norte. "Estamos trabalhando em soluções técnicas para isso", afirmou. Segundo Paulo Bernardo, o PNBL prevê que a banda larga esteja massificada na região em 2014, mas uma linha de transmissão da Eletronorte pode permitir o acesso ao serviço antes disso. "A concessionária que atende a região pediu R$ 8 milhões ao governo estadual para concretizar a oferta do serviço", disse. Bernardo acredita que a quantia é pequena e poderá ser viabilizada nos próximos meses.
Pequenos provedores
O deputado Silas Câmara (PSC-AM), que propôs a audiência pública, lembrou que hoje apenas 20% dos domicílios na região Norte têm computador e 13,2% têm acesso à internet, enquanto na Região Sudeste a porcentagem de domicílios com computador chega a 43,7%, e 35,4% têm internet. "Não se pode tratar regiões diferentes como iguais", sustentou. O parlamentar criticou ainda os altos preços e a qualidade do serviço de telefonia no Norte. A deputada Dalva Figueiredo (PT-AP) também cobrou a inclusão do Amapá no Programa Nacional de Banda Larga.
Já Antonio Imbassahy destacou a dificuldade de uso, pelos pequenos provedores de internet, das redes das concessionárias de telefonia fixa, o que dificulta a oferta de banda larga em municípios do interior do país. Bernardo afirmou que as concessionárias de telecomunicações serão obrigadas a venderem a preços mais baratos a utilização da sua rede de banda larga no atacado para os pequenos provedores. "O governo vai regular o comércio das redes no atacado. Os pequenos provedores e as empresas regionais deverão comprar a preços mais baixos", disse o ministro. Entre as ações previstas no PNBL, também está a oferta de linhas de financiamento para provedores e lan houses.
Além do Plano Nacional de Banda Larga, Paulo Bernardo informou os principais projetos da pasta são promover a inclusão digital e a implantação da TV digital, elaborar um novo marco regulatório para as comunicações eletrônicas e implementar infraestrutura de comunicação para a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. As informações são da Agência Câmara.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.