Mesmo depois de ter se separado da Motorola para fabricar apenas dispositivos móveis, a Motorola Mobility ainda deve encontrar sérias dificuldades para enfrentar a concorrência nos próximos anos. Segundo o analista James Faucette, da consultoria americana Pacific Crest, as vendas do tablet PC da companhia, o Xoom, e de seu novo smartphone, o Atrix, "foram decepcionantes".
O pesquisador enviou sua análise a alguns clientes por meio de carta, a qual a reportagem da versão on-line da revista Forbes teve acesso. Nela, Faucette aponta que o Atrix não teve força suficiente para competir com os smartphones da Apple e da HTC – iPhone 3GS e Inspire, respectivamente –, o que manteve as vendas bem abaixo do esperado, inclusive pela própria Motorola Mobility. Por outro lado, o Xoom, como muitos analistas já esperavam, não conseguiu surfar a onda produzida pelo iPad e teve um desempenho menor que o previsto.
Por causa desses percalços, Faucette reduziu as previsões de receita da Motorola Mobility para este ano em US$ 1,5 bilhão. Ele havia calculado que a empresa atingiria receita de US$ 13,7 bilhões, mas com as vendas fracas reviu a previsão para US$ 12,2 bilhões. Por consequência, a previsão de lucro por ação foi reduzida para US$ 0,64, quando era esperado US$ 0,94.
O analista da Pacific Crest aponta por fim que a empresa tem se mantido sólida até agora por conta de sua forte posição de caixa e da confiança dos investidores na direção da companhia. No entanto, Faucette alerta que "os próximos produtos devem ser substancialmente diferentes dos atuais". E acrescenta: "Caso falhem, acredito que os acionais serão obrigados a dar mais um passo para trás".
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