Edge Computing acelera a transformação digital na Indústria 4.0

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Alguns desafios não podem ser resolvidos apenas com o serviço de nuvem. Empresas que possuem grandes centros de distribuição, por exemplo, precisam de altíssimo nível de controle operacional, com monitoramento e comunicação de equipamentos e maquinários internos e externos, com alta disponibilidade.

Nesse tipo de cenário, o processamento de dados local pode ser necessário para garantir agilidade e segurança. O volume de dados a ser submetido à pesquisa é tão grande (big data) que se torna necessário uma solução com Edge Computing, capaz de realizar o processamento de dados in loco.

A Edge Computing é uma arquitetura de computação emergente que promove a descentralização tanto do data center quanto da nuvem e apoia empresas que desejam ingressar às novas tecnologias ou evoluir, como é o caso de empresas que estão na 4ª Revolução Industrial ou mais como comumente chamada: Indústria 4.0.

Com o advento do 5G, o problema de conectividade está praticamente sanado. Sabemos que há desafios nas operadoras para se modernizar e chegar ao 5G puro, mas quando chegar de verdade, realmente não teremos problemas de conectividade como antes. E isso possibilitará uma série de aplicações inimagináveis ou vistos apenas em filmes de cinema como, por exemplo: ter um médico especialista em qualquer canto do mundo para operar um paciente de forma emergencial, experiências imersivas e real-time para atividades de alto risco para o ser humano, fábricas operando 100% com robôs e com inteligência para tomada de decisão, serviços de entrega por drones, cidades inteligentes e carros autônomos, entre outras aplicações que nem conseguimos imaginar ainda.

Dessa forma, a Edge Computing se torna essencial para garantir a performance esperada dessas novas aplicações pois pode estender a Cloud Computing para a ponta, mais próximo possível do usuário ou da fonte geradora do dado, para que o processamento seja local, evitando assim a jornada do dado até um centro de dados (data center) ou para a Cloud Computing, que também está hospedada em um centro de dados, para uma tomada de decisão. Além disso, com o crescente número de dispositivos e o grande volume de dados gerados por eles, o IoT (internet das coisas) é um dos mais beneficiados com Edge Computing.

Para a Industria 4.0, a arquitetura possibilita a transformação da tecnologia operacional da fábrica (OT, operational technology) para o mundo digital – (IT ou information technology) com uma gama de novas tecnologias como: digital twins, realidade aumentada e virtual (AR/VR), wearables, robótica, inteligência artificial e machine learning, big data e analytics, e processamento desses dados, além de proporcionar maior segurança da informação. Por exemplo, combinando Inteligência Artificial (AI) com IoT pode-se analisar dados de sensores, prever falhas de ativos industriais e até remediá-los , como equipamentos de fábrica, sistemas AVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado) e linhas de montagem. Somado a isso, a visão computacional pode ser usada para detectar defeitos de fabricação e aumentar a qualidade dos produtos, e ajudar a manter os trabalhadores seguros monitorando e alertando possíveis anomalias em tempo real. Tudo que estamos falando são sobre dados e a IA precisa dos dados para tomar decisões mais informadas e precisas. Quando falamos de muitas instalações usando tecnologias como essas, cresce exponencialmente a quantidade de dados a serem processados e a Edge Computing pode melhorar a eficiência no processamento dos dados, possibilitando a tomada de decisão mais rápida e mais precisa.

As vantagens do uso de Edge Computing aumentam quando utilizada em um modelo Hybrid Edge, no qual a Edge se torna uma extensão da Cloud. Uma das vantagens é gestão unificada de todo o parque fabril, incluindo a Cloud e os sistemas de fábricas. Tudo passa a ter uma interface com o mesmo padrão e nível de serviço. O resultado é a otimização dos times técnicos, que podem aproveitar sua expertise em Edge ou Cloud, gerando economia e melhor aproveitamento das qualidades dos próprios profissionais. Além disso, a convergência dos sistemas de fábricas com a TI traz todo o benefício do processamento e análise dos dados que podem ser usados para alterar ou otimizar os processos de fabricação e solucionar problemas de forma antecipada, economizando tempo e evitando prejuízos.

Nesse sentido, a Edge Computing fornece a segurança e a confiabilidade que são necessárias para realização de controle de processos e de integração da gestão, excepcionais em casos que há grande volume de dados.

Como toda inovação, a nova arquitetura envolve a conscientização do mercado sobre os seus benefícios. Muitas empresas realizaram investimentos em outra direção. No entanto, a Edge Computing traz redução de custo, maior resiliência, escalabilidade, maior segurança e privacidade, e alta performance.

Ademais, a Edge Computing se destina a diferentes tipos de negócios. Uma loja de grande porte, que precisa de autocontrole nos pagamentos e no estoque, seria muito bem atendida pela arquitetura. Para hospitais, poderia fornecer maior resiliência para os sistemas, fornecer serviços de localização dos equipamentos e habilitar a monitoração em tempo real de pacientes com alertas para os dispositivos móveis dos médicos e enfermeiros permitindo uma resposta mais rápida e eficaz em caso de emergências.

Há fatores decisivos na escolha da Edge Computing. Um deles é a necessidade real-time, ou seja, a exigência de ultrabaixa latência. Outro é a necessidade de manter ou processar dados localmente para minimizar riscos de exposição, principalmente para dados altamente sensíveis ou críticos. Além disso, dependendo do caso de uso, a Edge pode aumentar a disponibilidade e ficar menos dependente da rede e da Cloud.

Juntamente com IoT e AI, a Edge Computing se torna essencial para a implementação bem-sucedida da Indústria 4.0. Ela pode ajudar a melhorar a eficiência, a produtividade e a qualidade da produção, além de criar fábricas inteligentes e conectadas. As redes privativas 5G completa a solução como um "plus", mas podemos falar numa outra hora.

Rodrigo Rangel Lobo, COO da Edge UOL.

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