Nos últimos tempos a sociedade passou por um processo quase que forçado de aceleração digital. Com o isolamento social sendo necessário para a saúde coletiva, as empresas se adaptaram ao modelo do e-commerce e do home office. As novas tecnologias, que já estavam disponíveis para a transformação dos processos, como a nuvem e as redes sociais, nunca foram tão utilizadas. Segundo o Ebit, o número de pedidos de compra feitos por meio de smartphones ou tablets cresceu 41% desde 2017 até o ano passado.
Nesse contexto, foram estabelecidas mudanças de comportamento da população. Uma das principais – e a mais frequente – é a utilização de dispositivos capazes de responder comandos de voz por meio de machine learning, ou seja, assistentes virtuais que, conforme o uso, aprendem hábitos e oferecem respostas cada vez mais inteligentes para os usuários.
É de se esperar que o varejo acompanhe os hábitos do cidadão moderno. Sendo assim, a pesquisa por voz é uma das principais tendências para o ecommerce. E temos diversas as evidências para esse tipo de comportamento de consumo. Uma pesquisa realizada pela consultoria Capgemini mostra que, ao menos 35% dos consumidores, já adquiriram produtos?ou serviços por meio de assistentes de voz.
Ao mesmo tempo, outros centros de pesquisas também apresentam bons números para o modelo de compras. A OC&C prevê que as compras por voz movimentarão?US$ 40 bilhões até 2022 e o relatório do Juniper?Research, estima que existirão?8 bilhões de assistentes de voz em uso até 2023. Indicadores de outros países, acabam sempre nos mostrando tendências para os próximos tempos no Brasil.
Como integrar a pesquisa por voz em seus canais digitais
A pesquisa por voz chegou para ficar, assim como as compras por meio dela. Porém, por ser um recurso novo, a maioria dos ecommerces não sabem nem como começar a sua implementação.
O mercado ainda carece de soluções para a modalidade. Segundo pesquisa da Uberall, apenas 4% dos negócios estão adaptados para essa nova tendência.
De início, é necessário entender que 70% das compras nessa modalidade são realizadas por consumidores que sabem exatamente o que querem, como mostra o estudo da Juniper?Research. Isso quer dizer que esse não é um mecanismo de pesquisa visual. Não é o momento de apresentar uma marca ou oferecer informações sobre o produto, mas, sim, de responder rápido.
O segundo passo é preparar o terreno com uma boa estratégia de marketing digital e SEO. Elas podem envolver a utilização de dados melhores estruturados, incorporar tags que remetam a linguagem falada e, o mais importante, ter conteúdo digital compatível com o mobile.
Por fim, qualificar a equipe e digitalizar os processos de trabalho é sempre uma boa pedida. Um negócio organizado e que consegue aproveitar das melhores plataformas e oportunidades que a tecnologia oferece para gestão e divulgação, tem tudo para dar certo.
Conheça os cases de sucesso
Algumas empresas já vêm revolucionando o ecommerce nos últimos tempos com a pesquisa por voz. A principal delas é o Walmart, dos Estados Unidos, que realizou uma parceria com o Google e, assim, os seus clientes podem utilizar o assistente de voz da plataforma para adicionar produtos em uma lista de compras, a partir do comando "Ok, Google, fale com o Walmart". Depois, o usuário pode listar em voz alta os produtos que deseja e escolher a forma de compra e retirada.
Já no Brasil, a Skol Beats, em 2018, lançou sua própria assistente pessoal, a?Smart Beats. Ela é um dispositivo que tem o mesmo formato da garrafa de bebida e responde aos comandos de voz do proprietário.
Esses e muitos cases de sucesso chegam para revolucionar as formas de compra online. Com muita criatividade, conhecimento no mundo digital, no comportamento do consumidor e uma equipe bem estruturada, é possível também transformar o seu modelo de negócio, acompanhar as tendências e avançar em meio a concorrência.
Marcel Farto, CEO da ONCLICK, formado em Sistemas de Informação pela Unesp e possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV. O executivo soma 20 anos de experiência no segmento de TI, numa trajetória que mescla empreendedorismo e gestão de negócios. Começou na ONCLICK em 2012 como Diretor de Desenvolvimento, assumindo a presidência em 2014. Antes, foi fundador e CEO da Commit Consulting.
