Digitalização das empresas esbarra na falta de cultura de inovação, diz estudo

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Um estudo realizado pela Meta em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) mostra que 30% dos empresários brasileiros acredita que seu principal desafio é estruturar e realizar um processo de digitalização em suas companhias. O número está diretamente ligado aos 67% que apontam a falta de cultura de inovação como o grande obstáculo para inovar e os 16% que mencionam a falta de rentabilidade de projetos digitais.

O levantamento buscou identificar o nível de maturidade digital de organizações de todo o Brasil. Desde outubro do ano passado, foram ouvidos mais de 100 CEOs e executivos de corporações de grande e médio porte e de segmentos diversos, que juntas superam os R? 100 bilhões em faturamento. Deles, 66% dizem não realizar diagnósticos sobre a questão em suas empresas e 35% ainda fazem investimentos seletivos em projetos de inovação.

Os números revelaram um descompasso entre a visão de futuro e o resultado esperado para o presente, com 32% dos respondentes admitindo que suas estratégias não contemplam o longo prazo e outros 34% afirmando que elas contemplam pouco. Ou seja, grande parte das empresas têm focado apenas na urgência e sobrevivência de seus negócios

No entanto, entre os entrevistados, já existe a ideia do que precisa ser feito. Cerca de 30% acreditam que é preciso estabelecer a digitalização como um processo estruturado, 19% entendem é necessário incorporar a inovação nos projetos em vigor e 14% consideram essencial conhecer as tendências tecnológicas do mercado.

Sobre o que é extremamente importante para que a transformação digital ocorra, parece haver um consenso. A computação em nuvem foi apontada por 73% dos respondentes, enquanto 68% mencionaram big data e análise de dados. O desenvolvimento de software e aplicativos foi lembrado por 63% e a conectividade com internet das coisas, por 47%.

"O desafio, mais do que estar à frente de tecnologias disruptivas, ter um e-commerce ou adotar o 5G, é encaixar as mudanças socioculturais e geracionais às mudanças tecnológicas, e não o contrário. O que o contexto atual aponta é que as pessoas vêm antes de qualquer decisão sobre qual software utilizar, ter as pessoas no centro é essencial", afirma Telmo Costa, CEO da Meta

Já para Hugo Tadeu, Diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, as empresas precisam observar o quanto a área de pessoas influencia a segurança psicológica. "Como as empresas estão fazendo o perfil dos profissionais para estimular as pautas de inovação? Não adianta ter apenas tecnologia, precisamos estimular as pessoas."

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