A 6ª edição do Censo das empresas de TIC no Brasil, divulgado pela Assespro Nacional e pela ALETI (Federação Ibero-Americana das Entidades de Tecnologia da Informação), mostra que as companhias do setor ampliaram as vendas para regiões fora de sua base territorial, em 2018, e pretendem contratar mais neste ano.
O levantamento é referente às atividades realizadas em 2018 e contou com a participação de 469 empresas localizadas em todos os estados do Brasil, além dos 19 países membros da ALETI nas Américas (do Norte, Central e do Sul), assim como Portugal, Eslovênia, Bangladesh, Nigéria e República da Macedônia.
Ao atualizar informações e detalhar o perfil do setor de tecnologia, o Censo contribui para estratégias de desenvolvimento e chama a atenção para os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
"Nosso objetivo com esta iniciativa não é apenas atualizar as informações sobre o nosso setor, mas manter um retrato que permita definir estratégias para o seu desenvolvimento e monitorar os resultados das políticas públicas", afirma Italo Nogueira, presidente da Federação Assespro, principal entidade representativa das empresas de TIC com mais de 2 mil associados.
O levantamento trouxe, em comparação com edições anteriores, uma maior participação de empresas mais jovens com uma clara sinalização desse movimento das Startups e empresa nascentes: essas foram 37% com menos de 10 anos.
"O Censo do Setor de TI fornece um retrato detalhado da evolução do setor desde 2012" ressalta Roberto Mayer, diretor-adjunto de Comunicação da Assespro Nacional, vice-presidente da ALETI e coordenador da pesquisa.
Um dado positivo do Censo é que, apesar da crise econômica, as empresas de TIC ampliaram suas vendas para regiões fora da sua base territoial. O percentual de empresas que vendem para todo o país passou de 28% para 33%, de 2017 a 2018.
Outra boa notícia é que o setor vem recuperando sua dinâmica, depois de atingir o "fundo do poço" em 2015. Naquela edição, 36% das empresas esperavam um crescimento anual de 10% ou mais, índice que chega a 61% na edição atual.
O crescimento da força de trabalho mostra a mesma tendência: em 2015, 25% das empresas pretendiam contratar colaboradores em 10% ou mais. Em 2018, esse percentual passou para 40% das empresas.
O Censo também abordou os investimentos das empresas em projetos dedicados a Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação (P&D&i). Apesar de 24% das empresas não terem feito nenhum investimento em 2018, o percentual de companhias que dedicaram mais de 4% em P&D&i passou de 33% para 41%, indicando uma aposta das empresas no futuro.
Das empresas que participaram da pesquisa, quase 70% fatura até R$ 5,4 milhões ao ano. Houve um crescimento do número de companhias que faturam entre 1,8 milhão e 5,4 milhões. Em 2018, elas representavam 32% do total, contra 25% em 2017.
O volume de capital captado pelas empresas do setor foi mais baixo e os investimentos acima de R$ 3 milhões caíram pela metade, de 28% para 14% do total entre 2017 e 2018.
Enquanto isso, os investimentos de até R$ 30 mil passaram de 12% para 20% do total. A faixa de 30 milhões a 300 milhões cresceu de 34% para 41%.
Apesar de ainda pequeno, o número de empresas que obteve capital junto a investidores-anjo dobrou entre 2017 e 2018, de 1% para 2%. O investimento de capital próprio dos sócios cresceu 4%, representando 36%, enquanto o financimento obtido de bancos públicos teve uma ligeira queda, de 15% para 13%.
Para 58% das empresas participantes, as receitas recorrentes obtidas na venda de produtos ou serviços representaram mais de 50% do total de suas receitas, o que demonstra que estão migrando para este modelo de negócios, que é positivo para as empresas, principalmente em períodos de crise econômica, como o momento atual.