Business analytics está sujeito às normas de privacidade?

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A velocidade do mundo dos negócios não nos dá trégua.  Nessa corrida sem fim, as inovações em tecnologia, em especial, em tecnologia da informação, se apresentam, a um só tempo, como guias e principais propulsoras das organizações.  

Nesse contexto, com cada vez mais força e ubiquidade o business analytics tem se tornado elemento fundamental para a gestão e direcionamento das empresas.  Ao longo do tempo, o analytics evoluiu da mera apresentação de dados para uma inteligência de negócios mais colaborativa que prevê resultados e auxilia na tomada de decisões.   A importância da ferramenta não tem sido negligenciada pelas lideranças empresariais.  As projeções de mercado indicam que os gastos globais com business analytics quintuplicarão nos próximos 5 anos. 

Refinar dados, atuais ou históricos da empresa com o auxílio de tecnologias de ponta é a própria definição de business analytics.  Os resultados desse refino são aplicados para criar modelos complexos que definirão decisões estratégicas voltadas ao crescimento da empresa. Coleta de dados, mineração de dados, identificação de padrões, mineração de texto, previsões, análise preditiva, otimização e visualização de dados são exemplos de amplos processos de business analytics.

As aplicações são inúmeras, incluindo o gerenciamento da cadeia de suprimentos, o gerenciamento do relacionamento com os clientes, a gestão de saúde e de pacientes, a gestão financeira, de recursos humanos e processos fabris, dentre outras.

Nas suas aplicações que envolvem a medição e previsão de comportamento humano, o business analytics está sujeito às normas de proteção à privacidade. Em matéria de proteção de dados pessoais, tudo que é utilizado em larga escala e gera riscos passa a ser objeto de escrutínio regulatório.   O toolkit da ICO, lançado em 2021, bem como alguns casos de penalidades impostas por reguladores europeus apontam para essa tendência.

Nossa experiência mostra que, de modo geral, as empresas brasileiras, apesar de cada vez mais adeptas ao business analytics, não tiveram a oportunidade de dar atenção específica ao tema em seus esforços de compliance em privacidade.  A meu ver, é risco que não pode ser desconsiderado.   

Gustavo Artese, titular da Artese Advogados. 

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