Mas quem poderia imaginar que New Orleans seria devastada por uma catástrofe, ou que seres humanos seqüestrariam um avião de carreira e, deliberadamente, o arremessariam contra o World Trade Center. Ou ainda que um tsunami causaria uma tragédia de tão grandes proporções em vários países?
Da mesma forma, um surto de gripe pandêmica poderia causar danos em uma escala bem maior que todos esses desastres juntos.
Para evitar crises dessa natureza, as empresas precisam oferecer um meio para que seus principais funcionários se comuniquem e executem suas tarefas quando e onde necessário, sem interrupções.
E isso é possível graças à continuidade das operações ou cooperação de vigilância remota (COOP).
O princípio básico da continuidade ininterrupta das operações é um sistema de "tele-trabalho? tecnicamente poderoso e com excelente custo-benefício, capaz de providenciar acesso imediato e altamente seguro a qualquer usuário remoto.
Há anos as empresas têm usufruído os benefícios do "tele-trabalho" ou ?tele-comutação", usando seu potencial para promover maior eficiência e melhor desempenho dos funcionários, permitindo que eles trabalhem em casa ou fora da empresa, com total flexibilidade operacional.
O tele-trabalho também é capaz de reduzir os custos do deslocamento e melhorar o estado de espírito dos funcionários.
Na verdade, a Internet foi concebida originalmente como uma iniciativa COOP, para possibilitar a comunicação, mesmo na eventualidade de uma guerra nuclear.
Hoje, ela figura como um dos pilares da economia global e das operações dos setores público e privado em todos os níveis. Mas não se pode contar apenas com a infra-estrutura básica da Internet para a oferta de acessibilidade.
Os quatro pilares da continuidade
Quatro áreas importantes devem ser consideradas para a implementação de iniciativas COOP na sua empresa:
1. Utilização da tecnologia atual futuramente
Durante uma crise, precisamos de um nível tecnicamente muito superior de disponibilidade da Internet do que simplesmente a capacidade de navegar na rede.
Felizmente hoje dispomos de softwares e hardwares capazes de atender a essa necessidade e criar uma rede de usuários remotos que, usando o telefone, a Internet e algumas ferramentas colaborativas, conseguiriam executar operações essenciais a partir de locais remotos.
Basicamente essa estrutura precisa de dois elementos.
Primeiro é necessária uma estrutura integrada e inteligente pronta para a transmissão de dados, com excelente ?integração? de todos os componentes do sistema e a ?inteligência? necessária para que isso aconteça.
A infra-estrutura de tele-trabalho é bem semelhante a que usamos diariamente para nos comunicarmos de casa: composta por fios, fibra e torres de transmissão.
No caso de cenários mais sofisticados, é bem provável que os sistemas de emergência precisem de comunicação via satélite.
O segundo requisito é a segurança da rede de ponta a ponta, de toda a infra-estrutura do tele-trabalho, para que o usuário tenha acesso aos recursos críticos. Os usuários precisam ser capazes de acessar arquivos com segurança e compartilhar informações da sede para qualquer lugar, quando necessário, com vários produtos trabalhando em diversas plataformas.
Já existem produtos necessários para criar e manter um sistema seguro como esse. A questão então não é se podemos criar um ambiente de tele-trabalho seguro e confiável, mas como e quando o sistema entrará em operação.
2. Foco nos funcionários críticos
O melhor ponto para iniciar uma implementação efetiva de tele-trabalho para COOP é começar pelos líderes e principais membros da empresa. As pessoas que planejam, organizam e executam as tarefas durante uma situação de desastre ou emergência.
Um sistema COOP bem-sucedido demonstrará a viabilidade do trabalho remoto também durante as operações do dia-a-dia. Os custos dos equipamentos e com instalação para a implementação de um sistema COOP não deverão ser uma limitação. A funcionalidade do sistema irá provar o valor do investimento em termos de custo-benefício.
Talvez o aspecto mais delicado para a efetividade de um sistema de trabalho remoto seja a definição de políticas e procedimentos que irão reger as operações e que complementam a capacidade das tecnologias atuais, possibilitando o compartilhamento seguro de informações auditáveis.
3. Manter a integridade da rede autenticando e autorizando os usuários
Os planos para o trabalho remoto efetivo possuem dois componentes básicos: regras que determinarão quem terá acesso a quais informações e em que circunstâncias, e o ambiente técnico que suporta essas regras.
Com avançadas tecnologias de tele-trabalho, as informações podem ser protegidas, gerenciadas e controladas de forma efetiva a partir de vários locais remotos e por qualquer número de usuários autorizados.
A chave é ter ?vigilantes? qualificados nas portas que guardam essas informações: uma política abrangente de controle dos usuários e equipamentos em rede conhecida como ?controle unificado de acesso".
Há apenas alguns anos, a segurança das informações só podia ser garantida equipando os computadores com softwares e componentes que exigiam dispendiosas e constantes tarefas de manutenção e atualização. Hoje as redes podem fazer a mesma função, e de forma mais efetiva, por um custo menor e de forma bem mais prática para o usuário.
4. Os padrões abertos permitem o uso de avançadas tecnologias e redução de custos
Em uma situação de emergência, a comunicação virá necessariamente de várias origens. As tecnologias que governam a autenticação e o acesso à informação precisam ser capazes de reconhecer e operar tranqüilamente com uma ampla gama dessas tecnologias.
As próprias tecnologias administrativas precisam também operar sem problemas entre si e com tecnologias de inúmeros fabricantes, o que não somente ajudará na implementação de avançadas soluções como irá melhorar a eficiência e reduzir custos operacionais.
Conclusão
Nossas empresas precisam estar preparadas para permitirem que os funcionários possam trabalhar onde e quando necessário, sem interrupções. Precisamos estar preparados para uma ameaça iminente, garantindo uma infra-estrutura protegida, flexível e pronta, e devemos começar a providenciar isso desde já.
A capacidade de gerenciar efetivamente as informações e autorizar e autenticar usuários remotos e seus equipamentos já é possível e viável.
*Scott Kriens é presidente do conselho, presidente e principal executivo da Juniper Networks desde 1996. Antes de entrar para a Juniper Networks, Scott foi co-fundador e diretor da StrataCom, Inc., atuando nas áreas de operações e vendas de 1986 a 1996. Ele também exerceu o cargo de diretor da VeriSign, Inc., Equinix, Inc. e da Calient Networks, Inc. É formado em economia pela California State University