A inteligência artificial (IA) rapidamente se estabeleceu como um dos pilares centrais da inovação tecnológica, a ponto de se traçar um paralelo de antes e depois da sua implementação nas organizações. Nos últimos anos, essa tecnologia se tornou o tema central de debates, especialmente após a popularização de ferramentas como o ChatGPT no final de 2022, mas será que a IA realmente está presente em todos os aspectos do nosso cotidiano? E mais, será que ela tem o potencial de substituir a atividade humana ou se tornar a solução definitiva para os problemas da sociedade digital?
Por definição, IA é um campo da ciência da computação que visa criar sistemas capazes de tarefas que normalmente exigem inteligência humana. Talvez esta seja uma definição simplória para o leque de possibilidades que nos alcançam e pelas facilidades implicadas na nossa vida, nos mais variados âmbitos; por isso prefiro a ideia de que a IA é o resultado de um processo de inovação contínuo, impulsionado por avanços humanos. O fato é: a tecnologia está profundamente enraizada em nossos dispositivos, redes sociais, sistemas corporativos e inúmeras outras plataformas.
No entanto, segue sendo crucial desmistificar o que realmente é a IA e o que ela não é. A confusão recorrente gira em torno de inteligência entre sistemas artificiais e sistemas de automação simples, embora a IA seja capaz de aprender e se adaptar a novas situações, sistemas automatizados operam dentro de intervalos rígidos e não possuem essa capacidade. Por exemplo, um bot (robô) programado para realizar tarefas repetitivas não é considerado uma IA, pois não consegue raciocinar ou tomar decisões fora de seu escopo. Essa distinção básica ajuda a identificar e evitar mal-entendidos sobre o potencial e as limitações da tecnologia.
Implementação da IA nos setores
Gosto de trazer à tona os inúmeros setores impactados pela IA, pois são um indicativo expressivo do motivo que justifica a adesão massiva das organizações por essa tecnologia. Na saúde, ela tem revolucionado diagnósticos médicos ao analisar grandes volumes de dados clínicos para oferecer tratamentos personalizados. Estudos recentes indicam que sistemas de IA podem aumentar a precisão dos diagnósticos em até 20%, melhorando significativamente os resultados para os pacientes.
No ramo da educação, fornece experiências de aprendizagem personalizadas, adaptando-se às necessidades individuais dos alunos, facilitando o acesso a materiais didáticos e promovendo uma educação mais inclusiva. Destaco primeiramente esses dois setores, dado o bem comum que a tecnologia acaba impulsionando, com um asterisco a mais, o papel democratico que a IA assume ao proporcionar tais avanços que abrangem a população como um todo.
O setor financeiro é um caso de destaque, já que os algoritmos de IA são utilizados para detectar fraudes e prever tendências de mercado. Contextualizando com uma pesquisa da McKinsey, empresas que adotam soluções básicas em IA podem aumentar sua eficiência operacional em até 30%. Para as empresas, esses insights significam sair na frente em mercados extremamente concorridos.
Nos serviços, assistentes virtuais e chatbots estão revolucionando a interação entre empresas e consumidores, aprimorando toda a jornada desde a venda até o atendimento pós-venda, agora com o adicional da IA generativa. Na indústria, a inteligência artificial otimiza processos produtivos, antecipa falhas em equipamentos e aprimora a logística, gerando maior eficiência e redução de custos. Esses setores apresentam resultados concretos e uma grande aderência à tecnologia.
Se existem inúmeras e palpáveis vantagens na adesão da IA nos setores, é de fundamental importância discutir o desafio ético e de responsabilidade que também está incluso no mesmo pacote. Uma aplicação irresponsável da IA ??pode resultar em discriminação algorítmica ou na violação da privacidade dos usuários. Portanto, é importante que abordemos essas questões com seriedade, promovendo uma discussão ética sobre o uso da tecnologia.
Frederico Andrade, CEO e fundador da Indigo Hive.