Setor eletroeletrônico reduz crescimento, pressionado pelo câmbio

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A indústria eletroeletrônica brasileira deve encerrar o ano com crescimento de 8% nas vendas e faturamento de R$ 112,4 bilhões, segundo balanço apresentado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Brasileira Elétrica e Eletrônica (Abinee). O resultado, segundo o presidente da entidade, Humberto Barbato, poderia ter sido mais expressivo se não fosse a desvalorização do dólar, que, na média, pode atingir 10,5% no ano.

O desempenho do setor, porém, é bem abaixo do projetado pela entidade em dezembro do ano passado, quando estimou um crescimento de 15%. A expansão do setor em 2006 sobre o ano anterior foi de 14%, contabilizando US$ 104 bilhões, ante US$ 92,8 bilhões em 2005.

A pressão cambial e o aumento das importações levou a Abinee a rever para baixo a estimativa de crescimento várias vezes ao longo deste ano.

Para Barbato, a desvalorização do dólar e a falta de uma política industrial mais consistente estão levando a país a uma ?desindustrialização?, tirando o estímulo da produção local e incentivando a importação. A prova disso é que as importações de produtos do setor tiveram um crescimento de 20%, passando de US$ 19,7 bilhões, em 2006, para US$ 23,7 bilhões neste ano.

O aumento das importações foi verificado em todas as áreas do setor, mas ocorreu com maior vigor nos segmentos de informática e telecomunicações, que registraram crescimento de 30% e 56%, respectivamente.

Para completar, as exportações perderam espaço nos negócios do setor. Os valores em dólares ficaram estáveis este ano na comparação com 2006, o que, em reais, representa uma redução de 11%. Os destaques, mais uma vez, foram as áreas de informática e telecomunicações. Um dos segmentos mais afetados foi o de telefonia, que viu suas vendas externas recuarem 25,9%, de US$ 2,7 bilhões para US$ 2 bilhões no ano.

Essa equação (crescimento das importações e queda nas exportações) fez crescer o déficit da balança comercial do setor. No total, foram importados US$ 23,7 bilhões no ano e exportados, US$ 9,2 bilhões, o que resultou em um saldo negativo de US$ 14,4 bilhões.

Segundo a Abinee, a tendência é que o déficit continue a se aprofundar nos próximos anos, caso sejam mantidos os níveis atuais de crescimento da economia e as condições de competitividade. O saldo negativo esperado para 2008 é de US$ 20,6 bilhões.

Para 2008, a expectativa de crescimento é de 9% no faturamento da indústria, a R$ 123 bilhões, e de 9 mil contratações de funcionários ? o que deverá levar o número total a 164 mil. A previsão leva em consideração o crescimento da economia brasileira da ordem de 4% no ano que vem, assim como a perspectiva de crescimento de renda e emprego, além de um cenário com inflação controlada.

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