A Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) é uma tendência consolidada na maior parte das corporações. Segundo o Gartner, "em 2010, mais de 50% das grandes empresas terão estabelecido um portfólio de sistemas sob o padrão SOA em busca de uma plataforma unificada de negócios". Apesar disso, ainda não se dá a devida importância de investir em Governança, o que tende a ser a principal causa dos problemas de implementação e utilização da metodologia.
A Governança SOA pode trazer agilidade ao processo de amadurecimento na utilização de SOA e garantir que os resultados esperados sejam alcançados. Uma das iniciativas de maior eficácia em Governança SOA é a constituição de núcleos ou comitês, como o Centro de Excelência SOA (CoE SOA).
O CoE SOA é uma organização – composta por um grupo multidisciplinar de pessoas – responsável por assimilar e propagar o conhecimento, padrões e melhores práticas relacionadas a SOA. É responsável ainda por definir as metas e métricas relacionadas à governança e que devem ser perseguidas pelos projetos.
Para que o CoE SOA seja efetivo e consiga levar a empresa para um patamar superior, a Sensedia, com base em sua experiência em projetos de Governança SOA, reuniu um conjunto de 5 passos:
1º passo – Definir quem faz parte do grupo e o modo de operação do CoE SOA (dinâmica de reuniões, e-mails, colaboração na intranet, etc.) e conhecer quais serviços estão disponíveis, quais aplicações acessam e expõem os serviços, quem são os responsáveis por eles, se as pessoas têm os conhecimentos necessários;
2º passo – Criar, revisar e refinar o roadmap de adoção SOA da empresa, avaliando quais ferramentas a empresa já possui e eventuais GAP's a serem preenchidos no futuro;
3º passo – Definir o mecanismo de disseminação de informações relacionadas a SOA na empresa (vemos desde programas completos de capacitação a estratégias mais simples baseadas em workshops e apoio "hands on" nos projetos);
4º passo – Conduzir ações para a propagação de SOA dentro da empresa:
Estabelecer guias, padrões e boas práticas para SOA (garantir que as coisas estão sendo feitas);
Avaliar ferramentas e infra-estrutura;
Promover a reutilização dos ativos gerados (serviços, componentes, etc.);
Revisões arquiteturais.
Todos esses itens devem ser concebidos e evoluídos de maneira incremental, ou seja, não é recomendado que dezenas de guias sejam criados nem que várias ferramentas sejam adquiridas sem saber ao certo se esses guias ou ferramentas serão utilizados pelos projetos em curto prazo. Dessa forma, novos ciclos de definições de governança podem acontecer de acordo com o amadurecimento obtido nos projetos.
5º passo – Acompanhar o dia a dia da governança SOA, estabelecendo métricas e medindo os resultados.
Uma vez seguidos, esses passos trazem às empresas a certeza da melhor forma de atuação do Centro de Excelência SOA, e observamos que a satisfação com os resultados em SOA são bastante superiores.
Mesmo um recente levantamento do Forrester Research aponta a implementação de um centro de excelência como uma das formas mais adequadas de garantir a satisfação dos usuários com os projetos de Arquitetura orientada a serviços. O estudo também revela que a criação de um centro de serviços durante a implementação de um projeto de SOA é muito mais eficiente do que simplesmente investir em capacitação das equipes de TI para a adequação aos padrões exigidos pela arquitetura.
* Kleber Bacili, diretor de Tecnologia da Sensedia