No atual momento da economia mundial, as companhias pautam suas estratégias de negócios tendo como base de sustentação o uso da tecnologia da informação (TI). Seja para construir ou expandir uma unidade industrial, integrar as operações com uma empresa adquirida ou suas filiais, lançar um novo produto ou serviço, adequar-se a uma nova regulamentação. Ou seja, todo o processo de transformação nos negócios passa também pela transformação da própria TI.
Felizmente, este setor evoluiu muito nos últimos anos e hoje o Brasil é internacionalmente reconhecido por suas iniciativas nesta área. Nosso sistema bancário, por exemplo, é tido como um dos mais seguros e modernos do mundo, assim como nosso sistema de votação eletrônica, já exportado para tantos países. Podemos afirmar que nossas principais indústrias têm hoje um nível de automatização e integração de processos comparável às nações desenvolvidas. Não é à toa que grande parte das 500 maiores empresas do ranking da Fortune têm no Brasil suas bases de operação para a América Latina.
Atualmente o Brasil é o oitavo maior mercado do mundo em TI, movimentando cerca de US$ 37 bilhões, de acordo com dados da IDC. E a previsão para 2011 é de fecharmos com um crescimento da ordem de 13%. O país já cresce bem acima da média americana e europeia e para as empresas de tecnologia essa é uma oportunidade sem precedentes de oferecer serviços que permitam a melhoria do desempenho, a expansão das operações e a solidez dos negócios. E para isso o investimento em Pesquisa & Desenvolvimento é fundamental. Obviamente que o percentual que o Brasil investe em P&D (1,19% do PIB em 2010) ainda não é suficiente para chegarmos ao nível de maturidade esperada.
Sou otimista em relação ao país e fico satisfeito em ver tantas iniciativas de transformação dos negócios por meio da inovação. Esse movimento está sendo conduzido, principalmente, pelas multinacionais brasileiras, que vêm investindo maciçamente em tecnologia para alavancar suas operações e conquistarem novos mercados, tais como Petrobras, Vale, Usiminas, CSN, entre tantas outras.
O papel da TI nesse processo de mudança pela inovação é fundamental. Felizmente na Neoris temos a política de fomentar uma cultura de inovação, mudando e evoluindo para antecipar as necessidades dos nossos clientes. Quando implementamos um software de missão crítica em uma empresa de manufatura, por exemplo, como o que gerencia a linha de produção da fábrica e o integra aos demais sistemas da organização, temos que pensar que além de sua função principal ele também deve servir como uma ferramenta de inovação, que trará a reboque oportunidades de transferência de conhecimento e boas práticas.
Acredito que o Brasil de uma forma geral passa por um momento muito importante, tanto na esfera econômica quanto social. O poder de compra da população tem crescido, assim como o acesso à informação, o que consequentemente leva a uma maior exigência por parte do consumidor. Logo, as empresas têm de se adequar a esta nova realidade, utilizando muito mais a tecnologia como algo inerente ao seu negócio.
Já estamos vivenciando o que os especialistas chamam de ‘terceira onda de tecnologia’, com a explosão dos dispositivos móveis (sobretudo smartphones e tablets). A era da mobilidade já chegou e traz consigo novas demandas por soluções especialmente criadas para esse ambiente. Há uma sensível mudança de hábitos de consumo e da relação das pessoas com o ambiente móvel, com as redes sociais corporativas, os meios eletrônicos de pagamento, a migração de tudo que era papel para o formato digital, o armazenamento de dados fora do ambiente físico (cloud computing). Em resumo, vivemos uma nova era, na qual a forma de se utilizar a tecnologia será cada vez mais um fator determinante para o sucesso ou o fracasso de uma organização.
Frederico Vilar é presidente da Neoris do Brasil