O TechLab, laboratório de pesquisas e análise de tecnologias da E-Consulting, divulgou nesta sexta-feira (7/3) os resultados do estudo anual 7 Hot Techs, que aponta as principais tendências tecnológicas e conceitos que deverão estar no foco das corporações durante este ano. Entre as tecnologias indicadas estão o User-Oriented Meta Component Application Frameworks, TI como processo, CDO (COO mais CIO), InterneTI, Consumidor 2.0, Knowledge Components e Gestão de Ativos Intangíveis de TI.
Segundo Daniel Domeneguetti, sócio-fundador da E-Consulting, essas tecnologias, apesar de no momento poderem ser mercadologicamente imaturas, comercialmente inviáveis ou até mesmo tecnologicamente incompatíveis, certamente serão aquelas que irão impactar, em dois ou três anos, a forma como as empresas, seus negócios, relacionamentos e processos corporativos serão conduzidos a partir de então.
Ele ressalta que essas são tecnologias recomendadas para que os CIOs, CTOs e até CFOs e CEOs comecem a pesquisar, acompanhar e entender a partir de agora, para que suas empresas se mantenham competitivas no futuro de médio-longo prazo.
O User-Oriented Meta Component Application Frameworks é o termo utilizado para designar os frameworks delineados sob o prisma do usuário final e que são compostos por tecnologias de diferentes padrões e naturezas, porém com alto grau de interoperabilidade e desempenho. Eles, segundo o estudo, serão os novos sistemas de gestão, comunicação, transação, etc., do futuro.
A TI como processo é a redefinição dos processos corporativos a partir do conceito de arquitetura orientada a serviços (SOA). A mudança será passar a desenhar os processos a partir de TI, uma vez que ela, cada vez mais, será um processo desde sua origem.
Já o CDO é a sigla do inglês chief delivery officer, ou seja, a fusão do diretor de operações (COO) com o diretor de tecnologia (CIO). Com a evolução de TI e processo para praticamente a mesma coisa e com o renascimento do papel do CTO, que agora deverá cuidar de infra-estrutura em geral (segurança, conectividade, hardware, eletricidade, facilidades, máquinas, etc.), os papéis do COO e do CIO tenderão a se confluir fortemente para conduzir os processos e entregar o desempenho esperada pela empresa em seus diversos negócios.
A InterneTI significa a tendência a se construir ?fora? da empresa boa parte dos aplicativos e sistemas corporativos, bem como de gerenciar boa parte da operação de TI da empresa (armazenamento, segurança, etc.), por meio do outsourcing. Outro ponto é que naturalmente os sistemas corporativos tenderão a ser, em alguns casos, 100% baseados na web, o que transformará todas as empresas em elos de uma rede integrada maior de sistemas transacionando informações.
O Consumidor 2.0 é a incorporação da evolução das redes sociais, das ferramentas 2.0, da convergência total de mídias e dos modelos colaborativos para criar as chamadas learning web networks, pilotadas por consumidores 2.0, ou seja, os consumidores geradores de mídia, processo hoje ainda incipiente. Com sua atuação propositiva, crítica, transformadora e vigilante, esses consumidores acabarão sendo catapultados a se integrar efetivamente às redes colaborativas de desenvolvimento de produtos e serviços das próprias empresas.
Em relação ao Knowledge Components, da mesma maneira que aplicativos de TI e softwares em geral se transformaram em componentes replicáveis e com forte apelo de usabilidade, o conhecimento em si também será formatado em componentes ?comercializáveis?, verdadeiros pacotes de output transacionados de usuário para usuário, agregados em redes interdependentes.
Por fim, vem a Gestão de Ativos Intangíveis de TI. Como a TI responde por boa parte dos investimentos anuais das empresas, mas que, por outro lado, caracteriza-se por ser um investimento cujo resultado, à exceção de modelos de redução de custo por substituição, é de natureza normalmente intangível, já que está ligada a elementos como ganhos de performance, modelo de negócio, conhecimento, inovação, etc. Dessa forma, caberá ao CIO ser capaz de provar o valor gerado pelos investimentos feitos em TI, principalmente quando o efeito prático perceptível desses investimentos estiver ligado à perenidade competitiva da empresa, portanto, de médio a longo prazo.
O estudo ressalta que outras tecnologias, como SOA, convergência e mobilidade, Personal Knowledge Management e gestão do capital tecnológico (GCT), já apontadas em anos anteriores, também estarão no palco principal das discussões de TI neste ano.