EUA estudam impor restrições à ZTE para compra de componentes e software de empresas americanas

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O Departamento de Comércio dos EUA estuda impor restrições à ZTE, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações e dispositivos móveis, o que, se confirmado, tornará difícil para a empresa adquirir componentes e software de fornecedores norte-americanos, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto disse ao The Wall Street Journal. O secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, já havia revelado essa intenção no mês passado durante encontro com autoridades chinesas, disse a fonte.

As ações da ZTE listadas na Bolsa de Hong Kong tiveram a negociação suspensa nesta segunda-feira, 7, após a agência Reuters ter informado no fim de semana que as restrições impostas à ZTE entrarão em vigor nesta terça-feira, 8.

A ZTE é uma importante fornecedora global de equipamentos de redes de telecomunicações, tais como estações radiobase (ERBs) e antenas. É também a única marca de smartphones chinesa com presença significativa no mercado dos EUA. No último trimestre do ano passado, a empresa foi a quarta maior fornecedora de smartphones naquele país, com uma participação de mercado de 7%, ficando atrás apenas da Apple, Samsung e LG Electronics, de acordo com o instituto de pesquisas IDC.

O Departamento de Comércio decidiu impor restrições após a ZTE supostamente ter planejado retomar as exportações para o Irã de alguns produtos com tecnologia norte-americana, segundo a Reuters, que citou documentos obtidos por um alto funcionário do órgão. Os EUA proíbe a venda de produtos com tecnologia nacional ao Irã.

"A ZTE está muito preocupada com notícas recentes publicadas pela mídia relativas a uma investigação do Departamento de Comércio dos EUA", disse a empresa chinesa em um comunicado no fim de semana. "A ZTE mantém comunicação constante com os departamentos associados e está empenhada em resolver completamente quaisquer preocupações", diz a nota.

Analistas disseram que as restrições teriam um grande impacto sobre os negócios da ZTE dada a sua dependência de fornecedores de componentes e software dos EUA. Alguns dos smartphones da empresa, particularmente os modelos high-end, usam, por exemplo, chips da Qualcomm e Intel.

As restrições podem também aumentar as tensões entre EUA e China, relacionadas às empresas de tecnologia. Algumas das maiores empresas chinesas atuam no mercado norte-americano. A Huawei, maior rival da ZTE, está efetivamente proibida de disputar o mercado de equipamentos de telecomunicações nos EUA, depois que um relatório de 2012 do Congresso Nacional levantou a suspeita de que equipamentos de rede da empresa estavam sendo usados por Pequim para espionar os americanos. A Huawei negou as alegações.

Por outro lado, empresas de tecnologia norte-americanas como a Cisco Systems IBM, por exemplo, têm enfrentado dificuldades para vender seus produtos para agências governamentais e empresas estatais chinesas.

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