A cena pode parecer futurista, mas já tem um grade banco brasileiro testando a plataforma Biocatch, uma solução da empresa israelense do mesmo nome, que usa as informações de hábitos de navegação do cliente, quer seja no desktop quer seja no mobile.
Segundo explica Adriano Bottas, líder da área de finanças da Microsoft, a solução hospedada na nuvem Azure faz o cruzamento de mais de 500 informações sobre os hábitos da pessoa e consegue em tempo real confirmar sua identidade.
Ela utiliza machine learning para entender os padrões comportamentais de navegação na Internet do usuário, como, por exemplo, a velocidade de arrastar o mouse e a forma de navegação, horários, inclinação do dispositivo ao digitar ou arrastar objetos, as nuances de movimento do mouse ou mesmo velocidade e padrão de digitação.
Com base nesses dados, o sistema cria uma assinatura cognitiva para cada usuário. Quando um fraudador tentar realizar uma transação, o sistema identifica diferenças no padrão de comportamento do usuário e envia um alerta para a TI do banco, que pode tomar ações para evitar a fraude.
Mesmo quando um fraudador usa um robô para imitar um usuário real, ele é facilmente identificado pela Biocat, ressalta Bottas.
Segundo o Gartner, em 2020, novos métodos biométricos substituirão senhas e impressões digitais para acesso em mais de 80% do mercado. Hoje, 90% das autenticações são realizadas por meio de algo que o usuário conhece (senha, pergunta secreta), 10% por meio de algo que possui (token, device ID, envio de SMS) e somente 1% por biometria física.
A solução está sendo comercializada pela empresa Amiggo, parceiro da Microsoft, e além de um banco em produção, cujo nome não foi revelado. "Outras instituições também estão realizando projetos piloto no país", explica o executivo da Microsoft, que mostrou a solução no CIAB Febraban 2017, que termina nesta quinta,8, em São Paulo.
Blockchain
A Microsoft também levou ao Ciab suas soluções em nuvem para blockchain, que habilita as empresas quer públicas ou privadas, de qualquer indústria, criem, no Azure, seu próprio laboratório de testes em blockchain.
Atualmente, ela vem trabalhando em iniciativas na área, como o projeto de Emissão de Carta de Crédito para os processos de câmbio que conecta a tesouraria da empresa com o Bank of America Merrill Lynch; um piloto na redução de tempo para conciliar disponibilidade de quartos de hotéis na empresa australiana Webjet Limited; e uma parceria com a Mojix, empresa de RFid, que desenvolve com a Microsoft um conjunto de tecnologias de Blockchain para Internet das Coisas.
A Microsoft participou da criação do Ethereum como Serviço (ETHaaS), que é um protocolo aberto de Blockchain na nuvem Azure utilizado para a criação de "Smart Contracts". O consórcio R3, por sua vez, utiliza a plataforma de nuvem Microsoft para acelerar o uso do Blockchain privado para diminuir a complexidade e custo das transações financeiras entre países. Recentemente, a Microsoft também anunciou o Projeto Bletchley, que visa acelerar a adoção de Blockchain.
Em fevereiro deste ano, ela se associou ao consórcio Enterprise Ethereum Alliance (EEA), como um dos 30 membros fundadores, junto com outros gigantes das indústrias de tecnologia, consultoria, finanças e algumas Fintechs. O EEA utiliza como protocolo padrão o Quorum, versão corporativa do Ethereum desenvolvida pelo JP Morgan para endereçar demandas específicas, como privacidade de dados e volume de transações por segundo. O EEA teve a adesão de 86 novos membros desde sua criação.