Seja pelo fascínio do conceito de Internet das Coisas (IoT), pelo medo de ficar para trás ou pela pressão interna para fazer algo novo, muitas empresas se precipitam em projetos de IoT sem objetivos ou propostas de valor claramente definidos. O resultado é um alto índice de falhas e a dúvida sobre o valor real da IoT para os negócios.
Com o objetivo original de descrever um ecossistema de máquinas interconectadas, a IoT costuma ser considerada como a conexão de todos os dispositivos à internet. No entanto, não é a partir daí que vem o seu valor. Os dispositivos IoT e as redes que os conectam são recipientes para dados e informações contextuais, como localização e identidade.
Chamamos a conjunção de dados e contexto de IoT de "hiperconsciência": ela fornece consciência situacional sobre eficiência, produtividade, confiabilidade, lealdade, proteção e segurança. Os projetos de IoT devem ser focados na criação de hiperconsciência a serviço dos objetivos estratégicos da empresa e na identificação de quais dados e contexto são relevantes para atingir esses objetivos.
As metas estratégicas diferem entre as verticais de mercado e, frequentemente, dentro delas também. Quando se trata de construções inteligentes, os objetivos mais populares incluem:
Monitoramento de produtividade humana
Redesign da produtividade organizacional
Realidade Aumentada (AR)
Monitoramento de energia
Segurança
Priorizar os centros de produtividade significa criar espaços digitais com consciência cognitiva, e usar a IoT para mudar a maneira como as máquinas e os humanos interagem com o propósito de tornar as pessoas mais produtivas e mais seguras nesses espaços. O redesign organizacional visa maximizar o valor do capital humano. A empresa de serviços imobiliários comerciais Jones Lang LaSalle observou que, em geral, os inquilinos gastam quase um dólar por metro quadrado por ano em serviços de utilidade pública, US$ 30 em aluguel e US$ 300 em folha de pagamento. Esses números mostram a vantagem de tornar as pessoas mais produtivas e eficientes.
A Realidade Aumentada, por sua vez, inclui ferramentas para simular ambientes e situações para melhorar o serviço, criar gêmeos digitais para manutenção proativa e processos aprimorados. O monitoramento de energia otimiza o consumo com base no conforto, localização e atividade. Por fim, a segurança do edifício inclui todos os tipos de sensores, internos e externos, bem como vigilância por vídeo e análises de dados.
Todas essas soluções exigem dados de IoT e informações contextuais para, entre outros, detecção de presença e ocupação de salas, análise de espaço, localização, declaração de identidade, aplicações em uso, status do espaço de hotelaria, monitoramento da qualidade do ar, segurança e controle de iluminação. Esses dados precisam ser transmitidos com segurança e protegidos ativamente contra ataques por meio de uma estrutura de confiança zero (Zero Trust). Os dispositivos precisam ser gerenciados, os dados e o contexto devem ser processados e o desempenho das aplicações deve ser monitorado.
Como os requisitos de instalações inteligentes mudam com o tempo, o ideal é que essas funções e serviços sejam executados em uma plataforma extensível, capaz de se adaptar às demandas futuras sem que seja preciso substituir a infraestrutura.
Com estes passos em mente, o uso da IoT nos negócios ganha sentido.
Michael Tennefoss, vice-presidente de IoT e Parcerias Estratégicas da Aruba, uma empresa HPE.