Quantas horas são perdidas diariamente em processos morosos na sua empresa? Seja na indústria, na comunicação ou no agro, o fato é que os colaboradores acabam desperdiçando um tempo precioso em ações que poderiam ser automatizadas. Com a explosão da inteligência artificial (IA), por meio do lançamento do ChatGPT, ferramenta da empresa OpenAI, a automatização de processos ficou cada vez mais palpável para todos.
Antes de começar qualquer discussão sobre o tema, é importante frisar que não estamos comprando nenhuma briga entre máquinas e humanos. A ideia de automatização é justamente o contrário: deixar os humanos focados em tarefas mais estratégicas. Hoje, a automação já é explorada em 43% das empresas na América Latina, de acordo com o Global AI Adoption Index 2022 feito pela IBM, empresa americana voltada para a área de informática.
Entre os principais fatores para a adoção da ferramenta, está justamente a necessidade de reduzir custos e automatizar processos-chave. Ao todo, 30% dos profissionais afirmaram que as organizações estão poupando tempo com os softwares e ferramentas de automação. Ou seja, a inteligência artificial traz a possibilidade de alocar os colaboradores para funções e atividades que realmente demandam estratégia e pensamento crítico, para além de tarefas repetitivas.
Além disso, quando voltamos o foco para os publishers e criadores de conteúdo, o recurso abre mais uma porta: o conhecimento da sua audiência. Não é segredo para ninguém que entender seu público com profundidade, nos permite alcançar com mais precisão e falar com as pessoas que realmente buscamos.
Um exemplo é a criação de newsletters especializadas para o público com uma periodicidade semanal. Por meio da IA, é possível realizar um e-mail personalizado para cada usuário. Assim, a audiência pode se identificar com o conteúdo e aumentar a taxa de cliques e engajamento. Essa iniciativa já está sendo utilizada pelo Canal Rural. Dessa forma, o recurso facilita a conexão entre os grandes veículos e sua audiência, trazendo um conteúdo personalizado e que atinja as pessoas certas, além de ajudar na conversão do público e verificar o potencial.
A automatização impacta diretamente na geração de valor e na experiência do cliente. A varejista H&M, uma empresa multinacional sueca de moda, desde 2020 se apropriou da inteligência artificial e hoje consegue prever tendências dos próximos meses e criar coleções baseadas nas conclusões das análises feitas pela IA. Além disso, por meio de uma parceria com o Google Cloud, a empresa automatizou os armazéns de cada loja para os consumidores receberem suas encomendas em até um dia. A utilização do recurso permitiu uma maior otimização das cadeias internas de abastecimento e das experiências de cliente. Esse ano a companhia anunciou que as vendas líquidas aumentaram 10%, chegando a 4,89 bilhões de euros.
Porém, nem tudo são flores. O estudo Global AI Adoption Index 2022 também apontou que um dos principais desafios para a implementação da inteligência artificial é a falta de expertise ou conhecimento na ferramenta. Esse desafio fica mais claro quando usamos o Chat GPT, por exemplo, as possibilidades são inúmeras, mas será que sabemos pedir exatamente o que necessitamos? Ou ainda precisamos aprender a fazer as perguntas certas?
Logo, é vital que as empresas invistam em especialização dos colaboradores, mesmo que seja para lidar com as diversas plataformas de inteligência artificial, visando extrair o melhor de cada uma delas.
Por fim, para além de automatização, o advento do recurso nos deixa em meio a discussões muito extremas, quando, na verdade, a tecnologia chega para ser uma extensão do nosso potencial, permitindo explorar nosso pensamento e empatia, enquanto deixamos as tarefas monótonas de lado e alcançamos nosso pleno potencial.
Quim Pierotto, coordenador de Produtos Digitais do Canal Rural.