Cada organização tem suas características, cultura e forma de tratar e entender os riscos associados ao negócio. A extensão e o tipo de segurança que serão implementados em uma organização dependerão do orçamento disponível e dos riscos que a empresa enfrenta.
O primeiro passo nesse sentido é fazer uma Avaliação de Risco de Segurança da Informação. Esse processo inicial é vital para identificar e avaliar as ameaças e vulnerabilidades a que a organização está exposta, permitindo um entendimento dos riscos associados aos seus ativos de informação.
Vale destacar que, embora o auxílio de especialistas de fora seja uma prática recomendada, tal avaliação não precisa ser exclusivamente realizada por entidades externas. Empresas com um departamento de segurança têm a opção de conduzir essa avaliação internamente, aproveitando o conhecimento que sua equipe tem sobre os processos e a organização.
Sendo assim, partimos para a identificação e a classificação dos ativos, das suas ameaças e das vulnerabilidades. Posteriormente, será preciso fazer uma avaliação de seus impactos, entendendo os riscos de perda da confidencialidade, integridade e disponibilidade, combinando com a probabilidade de ocorrência, para que seja possível fazer a definição das prioridades com base no nível de gravidade. Permitindo, assim, que a organização foque seus recursos nas áreas mais críticas.
Isso feito, é hora de implementar os Mecanismos de Segurança da Informação, especificamente nas áreas de Tecnologia, Processos e Pessoas. A questão tecnológica envolve a instalação de Firewall, WAF, EDR ou XDR, IPS/IDS e criptografia para arquivos em trânsito e repouso. Em paralelo, a empresa deve criar políticas e procedimentos que serão a base para todas as ações dos colaboradores, como Políticas de Segurança da Informação, Política de Privacidade, Política de Gestão de acesso e Plano de Resposta a Incidentes.
Tudo isso, claro, deve passar pelas pessoas, determinando-se de forma clara as responsabilidades de cada área e dos profissionais para que os processos sejam executados com segurança e de forma correta. Neste ponto, deixo uma dica importante: tenha um programa de conscientização contínuo para todos os colaboradores nos temas de Segurança da Informação e Privacidade. Isso é essencial, independente do porte da organização.
Os colaboradores são o elo mais importante da corrente, a primeira camada de proteção de qualquer organização. Por isso também se deve manter um programa de educação e conscientização em Segurança da Informação e Proteção de Dados. Grande parte das ameaças cibernéticas são projetadas para explorar erros humanos ou falta de conhecimento, tornando a conscientização e a educação dos colaboradores uma prática fundamental para a segurança dos dados e ativos das organizações.
Além disso, os times devem estar sempre atualizados para os planos de resposta a incidentes que mantêm a empresa em compliance com normas e legislações, assegurando o processo de constante evolução para acompanhar o aperfeiçoamento das ameaças cibernéticas.
Atenção: um programa de conscientização nestes temas é tão importante quanto se ter as ferramentas de proteção na sua rede. Implementar mecanismos de segurança sem conhecer seus ativos e entender seus riscos pode fazer com que os processos implementados não sejam efetivos. Obviamente, sempre será melhor ter mecanismos de segurança como firewalls, IDS/IPS, DLPs do que não ter, porém é preciso que estes estejam implementados de acordo com a necessidade da empresa, fazendo investimento correto e adequado aos riscos a que a empresa está exposta.
Portanto, seja vigilante o tempo todo! É essencial adotar uma postura proativa em relação à segurança, dedicando tempo para uma análise e reflexão periódicas sobre as medidas de proteção implementadas. Não se trata apenas de identificar vulnerabilidades, mas de agir decisivamente para corrigi-las, garantindo que sua equipe esteja sempre bem-informada e preparada para enfrentar os riscos. A educação contínua e a conscientização em segurança da informação são fundamentais para fortalecer a defesa contra as ameaças que evoluem constantemente. Assim, cultivando uma cultura de segurança robusta e duradoura, você estará não apenas protegendo seus ativos digitais, mas também contribuindo para um ambiente digital mais seguro para todos.
Rudimar Grass, CSO da eSales.