Um projeto desenvolvido em conjunto pela Motorola, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo promete fazer com que os inquéritos criminais sejam realizados de forma mais ágil e com gerenciamento em tempo real.
O projeto faz parte do Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Motorola Brasil, que investiu R$ 1,4 milhão no desenvolvimento da solução. Atualmente, cerca de mil engenheiros do Campus Industrial e Tecnológico de Jaguariúna, no interior de São Paulo, e também nas instituições parceiras da empresa se dedicam ao projeto.
Segundo a empresa, o sistema permitirá que as provas sejam identificadas no local onde forem coletadas, a partir do momento em que o policial colocar uma etiqueta de identificação por radiofreqüência (RFID). O reconhecimento eletrônico levará à delegacia a informação do objeto encontrado, recuperando e armazenando os dados, remotamente.
Três jurisdições do bairro do Butantã farão parte do projeto piloto e, para que os objetos com RFID sejam mais bem monitorados, as portas de entrada e saída dessas regionais receberão leitores de etiquetas, que identificarão as provas, dando, assim, mais segurança à análise. ?Com o sistema, evita-se a perda de fatores fundamentais para a investigação. Haverá, também, o controle do tempo do que está sendo pesquisado, fazendo com que haja agilidade no processo criminal?, afirma Eduardo Kamigauti, diretor de vendas de Networks & Enterprise da Motorola.
O executivo explica que a novidade permitirá que seja tocado um alarme, caso qualquer prova saia da delegacia sem autorização. ?Isso promove ainda mais segurança para os casos que estão sendo analisados pela Polícia Técnico- Científica?, complementa. Além da segurança, segundo Kamigauti, será possível controlar o tempo de investigação, pois o RFID contará com um sistema que avisará quando a prova está há muito tempo sem ser verificada, o que evita desperdícios.
"A Polícia Científica vem trabalhando para encontrar soluções tecnológicas inovadoras para os desafios de lidar com a produção de 1 milhão de laudos por ano. A parceria com o IPT e com a Motorola representa um modelo a ser seguido e um marco para a cooperação entre indústria e órgãos públicos", diz Orlando Ruiz, perito criminal e coordenador na área de Sistemas e Projetos de TI da Polícia Científica.
Antes da implementação do sistema, o registro era realizado manualmente, corria risco de perdas e, muitas vezes, de roubo dos objetos essenciais para a investigação. ?A população será a maior beneficiada, caso o programa seja ampliado. Vivemos em um mundo onde a tecnologia é cada vez mais essencial em qualquer segmento e, na área pública, não poderia ser diferente?, finaliza Luiz Zipman, responsável pelo projeto no IPT.