O lucro líquido da Portugal Telecom subiu 6,9% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2006, passando para 429,1 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão). Os bons resultados da Vivo, na qual o grupo português detém 50% do controle acionário, tiveram impacto no desempenho positivo da companhia.
O balanço foi anunciado em comunicado enviado nesta terça-feira (7/8) à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), órgão regulador do mercado de capitais português, antes da abertura do pregão, e superou as expectativas dos analistas.
?O aumento do lucro líquido deveu-se essencialmente à melhoria do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e dos ganhos financeiros, que compensaram o aumento dos custos de reestruturação e menores provisões para impostos sobre lucros em 2006", informou a empresa, no documento enviado à CMVM.
Os ganhos extraordinários em operações financeiras tiveram um impacto positivo de 127 milhões de euros (R$ 335 milhões) nas contas da Portugal Telecom e correspondem principalmente à liquidação financeira de contratos de equity swap (índice de ações com retorno total) relacionados com a PT Multimédia (77,4 milhões de euros ou R$ 204,2 milhões) e com o programa de recompra de ações próprias (31 milhões de euros ou R$ 81,8 milhões), além da venda da participação no Banco Espírito Santo (36 milhões de euros ou R$ 94,9 milhões).
Participação da Vivo
O lucro bruto operacional (Ebitda) cresceu 15,2%, para 1,1 bilhão de euros (R$ 3 bilhões), com a margem de Ebitda situada em 38,8% (mais 3,3 pontos percentuais). Segundo a Portugal Telecom, o crescimento se deve principalmente à participação da Vivo, com 274,7 milhões de euros (R$ 724,4 milhões), uma elevação de 39%, e da TMN (operadora local de telefonia móvel da PT), com 327,4 milhões de euros (R$ 863,3 milhões), 2,7% a mais.
Em relação à telefonia fixa, embora as receitas tenham mantido a tendência de queda, o resultado operacional bruto, de 506 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão), 3,9% a mais, foi beneficiado pelos ganhos relacionados à redução das responsabilidades previdenciárias, que tiveram um impacto positivo de 36,2 milhões de euros (R$ 94,7 milhões). Também contribuiu para o Ebitda positivo a operadora namibiana MTC, com receita de 30 milhões de euros (R$ 78,5 milhões).
Os lucros operacionais consolidados cresceram 5,4%, para 2,96 bilhões de euros (R$ 7,7 bilhões), graças ao aumento do volume de negócios da TMN e da Vivo, que ajudaram a compensar a desvalorização na telefonia fixa, de 5,7%, para 993 milhões de euros (R$ 2,4 bilhões). As receitas da TMN subiram 1,1%, para 728,1 milhões de euros (R$ 1,9 bilhão), apesar do impacto negativo de 12 milhões de euros (R$ 31,4 milhões), decorrente da redução das tarifas de ligação. Na Vivo, destaque para o crescimento de 12,4% das receitas, que somaram 1,1 bilhão de euros (R$ 3 bilhões).
Os custos com reestruturação aumentaram mais de 237%, para 84,4 milhões de euros (R$ 221 milhões), no primeiro semestre, o que representa uma redução de 253 trabalhadores, mas os custos operacionais permaneceram praticamente inalterados nos 1,8 bilhão de euros (R$ 4,7 bilhões).
Com informações da Agência Lusa.