Os profissionais da chamada geração Y, nascidos entre os anos de 1981 e 1995, estão causando cada vez mais impacto nas empresas em que trabalham, o que vem obrigando-as cada vez mais a serem interativas, além de abrirem espaço para que esses jovens, que chegam com vontade de inovar, possam desenvolver as suas competências e habilidades. O alerta foi feito por Ione Coco, vice-presidente regional dos Programas Executivos (EXP) do Gartner para a América Latina, ao falar sobre o tema durante o 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis, que ocorre até este sábado, 9, na cidade da região serrana do Rio de Janeiro.
De acordo com Ione, os profissionais da geração Y cresceram na época da globalização e tem como hábito trabalhar individualmente, com foco nos resultados. Criados em um mundo dominado pela tecnologia, eles processam informações rapidamente, são ágeis e estão acostumados a realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Porém, são muito questionadores e inquietos, e não mantêm laços com seus empregos, priorizando mais a realização pessoal do que a profissional. "É a geração dos também chamados 'nativos digitais', que não se preocupam em entender as tecnologias, eles simplesmente as usam."
Para a especialista do Gartner, a geração Y exigirá mais incentivos por parte dos empregadores, já que eles estão atrás de desafios, bons projetos e querem ter prazer no que fazem. Segundo Ione, uma das características dos profissionais da geração Y é que, se não estão satisfeitos com a empresa em que trabalham ou quando o chefe tem um comportamento autoritário, procuram outra. Ela explica ainda que a geração Y é o oposto dos chamados baby boomers, geração que nasceu entre 1946 e 1964 e para a qual a empresa vem em primeiro lugar e a realização profissional está atrelada a empregos duradouros, e da geração X, os nascidos entre 1965 e 1980, que detestam o estilo "viver para trabalhar" e valorizam a vida pessoal.
De acordo com Ione, em dez anos a geração Y estará em cargos de liderança e mudará o comportamento e a forma de trabalho dentro das corporações. "Até 2015 essas pessoas gastarão mais de 80% do seu tempo trabalhando em colaboração, e não necessariamente de forma presencial como acontece em grande proporção hoje."
O Gartner prevê também mudanças na cultura das companhias, que deixará de ser centralizada para funcionar de forma distribuída e a comunicação passará a se dar de maneira horizontalizada. "As competências também serão baseadas em interação e não mais no aspecto técnico, bem como o aprendizado prescrito não existirá mais e passará a ser desenvolvido na forma de pesquisas e buscas", prevê Ione.
A jornalista viajou a Petrópolis a convite dos organizadores do 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis.