É inegável que estamos vivendo um momento de grandes transformações tecnológicas, onde novos avanços estão sendo apresentados quase que diariamente. Neste cenário, uma das grandes novidades deste ano foi o anúncio da chegada do Wi-Fi 7, que desde o início do ano vem dando novas perspectivas para a conectividade empresarial, trazendo potencial de impulsionar ainda mais a produtividade e a eficiência no mundo corporativo.
Dentre seus principais atrativos, a nova geração de internet sem fio disponibiliza velocidades superiores e uma latência significativamente minimizada em comparação com suas antecessoras. Com uma capacidade de até 30 Gbps, o Wi-Fi 7 permite ainda uma transmissão de dados extremamente rápida, além de uma melhor conectividade com diferentes frequências de conexão, fatores essenciais para empresas que lidam com grandes volumes de informações e necessitam de uma rede confiável e eficiente. Além disso, introduz melhorias na eficiência espectral e na gestão de interferências, resultando em uma conexão mais estável e robusta.
Avaliando pelo cenário corporativo, o grande benefício atrelado ao lançamento do novo recurso está na capacidade de suportar um número maior de dispositivos conectados simultaneamente, sem comprometer a qualidade da conexão. Isso é particularmente relevante, sobretudo, em escritórios que contam com cada vez mais dispositivos baseados em IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial integrados à infraestrutura de TI.
Outra vantagem é a baixa latência proporcionada pelo equipamento, que é crucial para aplicações que exigem respostas em tempo real, como videoconferências de alta definição, realidade aumentada e virtual, e demais soluções de colaboração remota. Ou seja, tais melhorias podem transformar consideravelmente a forma como as companhias operam, impulsionando inclusive uma colaboração mais eficiente entre equipes distribuídas em diferentes localidades ao redor do mundo.
Vale a pena investir?
Embora a novidade traga uma relevante capacidade conectiva para corporações de todos os setores, por outro lado não podemos desconsiderar o fato de que estamos ainda em uma fase de adaptação. Isso, claro, traz inúmeros desafios. O maior deles, com certeza, está relacionado ao custo do recurso.
Não há como negar que o investimento para usufruir de um Wi-Fi 7 hoje ainda é bastante elevado. Até porque, precisamos considerar o aporte indo além da infraestrutura exigida, considerando também a necessidade de garantir que todos os dispositivos conectados sejam compatíveis com a nova tecnologia.
Para se ter uma ideia do tamanho do processo de adaptação, dados levantados pela empresa Wi-Fi Alliance apontam que 233 milhões de dispositivos pelo planeta devem suportar esse padrão até o final deste ano. Até 2028, o número deve superar a marca de 2 bilhões de aparelhos.
Por esse contexto, a decisão de adotar o Wi-Fi 7 no momento atual deve ser tomada com cautela e planejamento estratégico. Devido ao custo atual, uma adoção imediata só é recomendada para instituições que realmente dependam de uma conectividade extremamente eficiente como, por exemplo, empresas do setor de tecnologia, telecomunicações e de saúde, ou para aquelas que já estejam em processo de atualização de equipamentos.
Na outra ponta, as organizações com orçamentos mais limitados ou que não possuem necessidades imediatas de altíssima performance, pode ser mais prudente adiar a adoção da nova tecnologia até que os custos se tornem mais acessíveis e a compatibilidade com dispositivos mais difundida.
É um fato que o Wi-Fi 7 representa um avanço significativo na tecnologia de conectividade, com o potencial de transformar o ambiente corporativo. No entanto, uma dose de cautela é mais do que essencial na hora de investir na tecnologia. Afinal, como diz o ditado, a pressa muitas vezes é a inimiga da perfeição.
Hélio Nobre, COO da SecureLink.