Os órgãos legisladores dos países precisam mudar os incentivos regulatórios para acelerar investimentos em implementações de smart grids (redes de energia elétrica inteligentes). A conclusão é de um relatório conjunto divulgado pela Accenture e o Fórum Econômico Mundial (WEF).
O estudo alerta que os benefícios das redes inteligentes provavelmente não serão atingidos, sem que as prestadoras de serviços públicos melhorem o comprometimento com os consumidores. Entre os obstáculos para o desenvolvimento desse mercado, o relatório aponta a fragmentação dos mercados desregulamentados de energia, que atrasa os investimentos, complicando a identificação de riscos e alocação de ganhos.
Alguns consumidores também demonstram resistência às smart grids. Segundo a Accenture, há exemplos de projetos pilotos que foram cancelados por órgãos reguladores por falta de benefícios claros para os clientes. "Outras preocupações, que envolvem a privacidade e segurança de dados, ameaçam a aceitação do consumidor", aponta o relatório.
De acordo com o estudo, a combinação de regulamentação clara e estável, com uma participação proativa dos consumidores, ajudará na criação de modelos lucrativos de negócios para as empresas de serviços públicos, tecnologia da informação, telecomunicações e outras verticais envolvidas no desenvolvimento das smart grids.
"Contudo, há um risco de existirem baixos denominadores comuns nas implantações de smart grid, que reúnem apenas funcionalidades básicas e geram uma resposta limitada ao consumidor", disse David M. Rouls, diretor para serviços de smart grids da Accenture.
Ele pondera que as diretrizes regulatórias devem ser modificadas para recompensar investidores pelos riscos enfrentados e, com isso, estimular os prestadores de serviços públicos a integrar várias tecnologias com baixa emissão de carbono. "Se as concessionárias quiserem melhorar a taxa de sucesso dos projetos pilotos de smart grids, terão de estabelecer objetivos mais claros e aumentarem a interação com o consumidor.
O estudo avaliou alguns dos 90 projetos pilotos de smart grid em desenvolvimento no mundo e entrevistou 60 representantes da indústria.
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