A polêmica iniciativa de universalização por meio de zero-rating do Facebook, o Free Basics, parte do programa Internet.org, não tem tido muitas novidades desde maio, quando foi lançada na Nigéria em parceria com a operadora Airtel África. Mas o alvo do CEO da empresa, Mark Zuckerberg, pode ter se voltado para o próprio quintal. De acordo com o Washington Post, citando "múltiplas pessoas familiares com o assunto", a empresa tem conversado "há meses" com representantes do governo norte-americano para verificar a possibilidade de lançar uma versão do serviço nos Estados Unidos sem insegurança jurídica.
A estratégia, diz o periódico, é tentar lançar o Free Basics em locais de baixa renda e em zonas rurais nos EUA onde não há infraestrutura adequada de banda larga fixa ou possibilidade de adquirir smartphones. Tudo sem instigar discussões regulatórias pesadas, como as que acabaram por proibir o serviço na Índia. No Brasil, apesar de uma tentativa de acordo inicial com o governo Dilma Rousseff em 2015, o serviço acabou não sendo lançado. O Free Basics já está disponível em 49 países.
O Facebook não teria ainda procurado operadoras, segundo as fontes citadas pelo jornal. A parceria é necessária para que a plataforma possa ser oferecida como acesso. Em resposta ao Post, o Facebook disse não ter nada a anunciar, mas confirmou que a missão é "conectar o mundo", incluindo os Estados Unidos. Em abril, a empresa apresentou novas ferramentas para desenvolvedores do Free Basics, permitindo maior presença de serviços de terceiros na plataforma.