O envolvimento da Cisco e de sua subsidiária no Brasil em suposto esquema de fraude e sonegação fiscal na importação de produtos de alta tecnologia, em que funcionários da empresa foram detidos durante a Operação Persona, deflagrada no mês passado pela Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, não teve nenhum impacto em seu balanço do primeiro trimestre fiscal de 2008, encerrado em 31 de outubro.
O lucro da companhia no período foi de US$ 2,2 bilhões, resultado 37% superior ao US$ 1,6 bilhão obtido no mesmo trimestre do exercício fiscal anterior. A receita líquida também teve comportamento semelhante nessa comparação, com um aumento de 17%, para US$ 9,55 bilhões. Além do crescimento das vendas, o resultado também inclui um benefício fiscal de US$ 162 milhões.
Em seu relatório, a empresa atribui o bom desempenho ao aumento dos pedidos em países emergentes e à modernização dos equipamentos de seus clientes.
Em declarações à imprensa na semana passada, o porta-voz da Cisco enviado ao Brasil, o vice-presidente Howard Charney, já havia afirmado que o caso não chegaria a atrapalhar as operações mundiais da companhia. O Brasil representa cerca de 1% do faturamento mundial do grupo. No informe de resultados distribuído nesta quarta-feira (7/11) pela empresa não há nenhuma menção sobre o escândalo no Brasil.