As recentes aquisições da Cognos pela IBM e da Business Objetcs pela SAP devem abrir novas oportunidades de negócios para a MicroStrategy, fornecedora de software de business intelligence. Essa, ao menos, é a expectativa Flavio Bolieiro, vice-presidente da companhia para a América Latina, para quem a indefinição do cenário gerada pela compra das empresas pode beneficiar a empresa.
A MicroStrategy procurou agir rápido. Nesta sexta-feira, ela anunciou um novo programa de substituição de licenças para clientes e parceiros de OEM da Cognos e da Business Objects, que possibilita a eles negociarem a migração de suas atuais licenças de software de BI pelas da empresa, a um custo muito baixo ou mesmo sem custo algum.
A crença de Bolieiro na viabilidade dessa estratégia tem como base o perfil com comprador de BI. Na avaliação dele, existe um segmento considerável de clientes que preferem as chamadas ferramentas best of breed (termo genérico utilizado para determinar aquela que é o melhor da categoria), em vez de pacotes que englobam tudo ? servidores, banco de dados, aplicações, etc. ? como as plataformas da IBM e SAP.
Mas a investida não para por aí. A MicroStrategy pretende também recorrer ao banco de talentos dessas empresas por meio de um agressivo programa de recrutamento. O objetivo, de acordo com Bolieiro, é contratar profissionais qualificados das áreas de vendas, consultoria, engenharia, administrativa e de marketing, que se sentem ameaçados pela incerteza do novo cenário surgido com a aquisição das duas empresas.
No Brasil, a Microstrategy conta com 50 profissionais atualmente e a idéia, segundo o executivo, é contratar cerca de mais 20 colaboradores. Bolieiro ressalta que essa política se estende também aos canais da Cognos e BO. "Nosso foco são VARs, com conhecimento em soluções de BI", adianta.
Questionado se a companhia não pode ser alvo de uma investida de concorrentes e vir a ser comprada, Bolieiro disse não acreditar nessa possibilidade e emendou: "O fundador da Microstrategy, com 43 anos e dono de 70% das ações da empresa, mencionou recentemente que pretende ficar, pelo menos, mais 20 anos à frente da companhia".