Em janeiro, os prefeitos eleitos assumirão seus cargos. Passada a euforia das campanhas, será hora de colocar a mão na massa e trabalhar para cumprir as promessas. Entre elas, certamente está a continuidade a obras abandonadas por governos anteriores.
Estima-se que existam cerca de 14 mil obras paralisadas no Brasil. O problema é tão crônico que quase 40% das empresas do setor de construção afirmam ter grandes obras de infraestrutura – como pontes, viadutos e túneis – paradas. E a maioria há mais de um ano. A melhor forma de sanar esse problema é por meio da tecnologia, e o Big Data, demonstra ser a melhor opção.
Infelizmente, a construção civil no Brasil ainda é bastante artesanal. Existem vários profissionais diferentes – engenheiro civil, eletricista, arquiteto, mestre de obra, entre outros – e a falta de informação e comunicação entre eles acaba gerando uma série de falhas e desperdícios, tanto de tempo quanto de dinheiro. Com o Big Data, tudo isso pode ser facilmente resolvido. Com a correta coleta e análise de um grande volume de dados, é possível fazer projeções, analisar correlações, verificar padrões e até gerar insights relevantes para o bom andamento de uma obra.
Um dos maiores desafios da construção é reduzir o desperdício de materiais. Ao fazer as projeções de consumo manualmente, as perdas costumam ser grandes. Já com a adoção da tecnologia, ela pode chegar a zero, graças ao controle total das informações que auxiliam em uma melhor tomada de decisão. É possível até fazer o planejamento da obra com base nas condições meteorológicas, priorizando as etapas internas em dias de chuva, por exemplo. Com isso, a produtividade aumenta significativamente.
Outra aplicação relevante do Big Data na construção civil é na gestão da obra como um todo. Por meio dessa tecnologia, é possível gerenciar as plantas, as etapas da obra, o cronograma, o controle de materiais e gerar relatórios precisos sobre todas as fases, produzindo e distribuindo as informações relevantes a todos os profissionais envolvidos. Dessa forma, fica muito mais simples programar as próximas ações, evitando que pessoas e materiais fiquem parados.
No caso de obras públicas, a tecnologia ganha ainda um outro papel: o de ajudar a população na fiscalização. O Big Data promove muito mais transparência para as obras, permitindo que os próprios cidadãos consigam verificar se o preço dos materiais está compatível com os do mercado ou se estão superfaturados, se a obra está andando conforme o cronograma planejado e, principalmente, se ela será entregue dentro do prazo prometido. É muito mais transparência para o setor!
Para os prefeitos que irão assumir seus mandatos, contar com esse tipo de tecnologia é fundamental para dar continuidade às obras exatamente do ponto em que pararam, sendo possível analisar aspectos de melhoria ou mesmo alterações, sem gerar desperdício de tempo e muito menos de dinheiro público. Trata-se de uma ferramenta essencial para darmos um salto na gestão pública, reduzindo os impactos das trocas de governo a cada quatro anos.
O melhor é que, além de ser uma tecnologia simples de adotar, o retorno sobre o investimento é muito rápido, podendo variar entre um e seis meses. Ou seja, falta de dinheiro não pode servir de desculpas para que governos de todas as esferas – municipais, estaduais e federal – não implementem o Big Data para a gestão de suas obras. Essa é a nossa melhor oportunidade para melhorar a acessibilidade, a transparência e a gestão pública em nosso país, promovendo um salto na nossa tão deficiente infraestrutura.
Wanderson Leite, idealizador do YES Menu. Formado em administração de empresas, ele também está à frente da Prospecta Obras, Big Data capaz de mapear obras em andamento e a iniciar em todo o país; da ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais; e da ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas.