O presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, rejeitou prontamente a oferta hostil feita na segunda-feira pelo grupo Sonae SGPS, de ? 10,7 bilhões, para adquirir a operadora. A declaração foi feita ontem (7/2) durante conferência para analistas de mercado. O executivo afirmou que o valor atual e futuro da operadora é muito superior à oferta feita pela Sonae.
A posição de Horta e Costa foi respaldada pelo conselho de administração da Portugal Telecom, que havia se reunido para analisar os termos da oferta pública de aquisição. A avaliação do conselho é que a oferta não estabelece uma estratégia ou visão a longo prazo para o grupo, hoje com cerca de 40 milhões de clientes e 30 mil colaboradores espalhados por 14 países no mundo, bem como carrega um elevado grau de incerteza, levando-se em conta as restrições regulatórias e concorrenciais.
Documento publicado no site a Portugal Telecom lista este e vários outros aspectos que não contemplam a disposição da empresa em aceitar a oferta, tal como a falta informações relativas ao financiamento da oferta, considerando que a Sonae SGPS já tem um elevado nível de endividamento, o que poderia implicar no desmantelamento do grupo PT. O texto diz ainda que a oferta ?limita, ou tende a limitar, a capacidade de atuação da PT, de uma forma consideravelmente mais restritiva da que resulta da lei portuguesa, num sector altamente competitivo, dinâmico e que exige elevados níveis de investimento?.
O conselho informou que comunicará os acionistas a sua resposta formal e os aconselhou a aguardarem as recomendações que vier oportunamente a emitir.
O grupo Sonae SGPS surpreendeu ao mercado ao fazer, na noite de segunda-feira, uma proposta de aquisição da Portugal Telecom por cerca de US$ 12,8 bilhões, o que, caso seja concretizado, terá reflexos também no Brasil, já que Portugal Telecom possui 50% do controle da Vivo.