Apesar do bom desempenho registrado pela Cisco no segundo trimestre do ano fiscal de 2008, encerrado em 26 de janeiro, as projeções da empresa para o próximo trimestre desapontaram Wall Street. A companhia prevê uma queda no volume de pedidos no período em decorrência da redução nos gastos das empresas com tecnologia, especialmente nos mercados europeus e americano. A estimativa é que as vendas cresçam apenas 10% durante o trimestre, abaixo portanto das projeções de longo prazo da empresa, que previa um crescimento de 12% para 17%.
A avaliação é que a Cisco muito dificilmente conseguirá repetir o desempenho alcançado no segundo trimestre, quando obteve receita de US$ 9,8 bilhões, um aumento de 16,5% na comparação com o mesmo período do exercício fiscal anterior, e o lucro líquido atingiu US$ 2,1 bilhões. As vendas de produtos tiveram um crescimento de 16%, para US$ 8,25 bilhões, enquanto as vendas de serviços aumentaram 18%, respondendo por US$ 1,59 bilhão da receita.
O resultado foi preponderante para que as vendas nos primeiros seis meses do ano fiscal atingissem US$ 19,4 bilhões e o lucro líquido totalizasse US$ 4,3 bilhões.
Na análise do próprio presidente e CEO da Cisco, John Chambers, feita durante conferência com analistas, haverá muitos solavancos nos gastos das empresas com tecnologia. "Pensamos que isso será relativamente de curta duração. Mas se será um fenômeno de um, dois ou três quartos [das empresas] nenhum de nós pode saber ao certo." Segundo o executivo, os pedidos em janeiro nos Estados Unidos e, em menor medida, na Europa foram bem.
Antes da divulgação do relatório na quarta-feira (6/2), as ações da Cisco já haviam caído US$ 0,18 no pregão normal, para US $ 23,08. Em novembro do ano passado, durante conferência com analistas, Chambers havia dito que ele esperava que os pedidos dos setores automobilístico e financeiro nos Estados Unidos diminuiriam drasticamente durante o trimestre. Desde então, as ações da empresa caíram mais de 30%.
