Maioria das empresas se reconhece incapaz de detectar fraudes

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Em um ambiente corporativo cada vez mais digital, as fraudes são uma ameaça real às empresas, que, passam a buscar mais mecanismos de prevenção e defesa. Uma pesquisa global da BDO, quinta maior firma de auditoria e consultoria do mundo, aponta que apenas 44% das corporações se consideram suficientemente preparadas para detectar fraudes. O estudo envolveu 2 mil empresas de 131 países onde a BDO atua. Destes, 33% são da América Latina.

Das empresas respondentes, 15% afirmam que foram vítimas de fraudes em 2021. Outros 15% não tinham ferramentas ou informações suficientes para afirmar se houve ou não fraude. O levantamento aponta que 46% das fraudes detectadas estão ligadas à Cyber Segurança, enquanto 28% são casos de apropriação indevida por parte do funcionário.

E como essas fraudes foram detectadas? 44% responderam que por meio de controles baseados em tecnologia. Isso, no entanto, não exclui canais de denúncias, responsáveis por 36% das detecções de fraudes, incluindo linha direta de denúncias (20%), denúncias anônimas (11%) e denúncias não-anônimas (5%).

De acordo com as respostas, 50% das empresas estimam perdas na ordem de US$ 100 mil com as fraudes detectadas, sendo que 4% tiveram prejuízos maiores de US$ 100 milhões. Entre os fatores que contribuem para a fraude, 58% reportaram controles internos ineficientes. No entanto, 5% não souberam responder a esta questão.

Controles internos

Embora a consequência mais evidente de uma fraude comprovada seja o desligamento de profissionais, apontado por 47% das empresas, 81% delas também mudaram os seus processos e controles internos. A pesquisa também perguntou sobre os investimentos em mecanismos antifraude e 22% afirmaram que pretendem aumentar nos próximos 12 meses, enquanto 45% reiteram que manterá igual. Apenas 9% pretendem aumentar os investimentos de forma significativa.

"Os resultados mostram que uma avaliação criteriosa dos processos para definir se há lacunas nos controles internos ou na tecnologia de proteção de uma organização é o primeiro passo para minimizar os riscos. Depois disso, é importante implantar protocolos e diretrizes que considerem a integração de procedimentos, mas sem abrir mão da privacidade dos empregados", afirma Toni Hebert, sócio líder da BDO na área de Risk Advisory Services (RAS).

De acordo com Carlos Dias, sócio líder da área de Fraudes, Investigações e Disputas (FID) da BDO, o ideal é que as empresas tenham mecanismos que inibam eventuais desvios, políticas de Compliance bem definidas e divulgadas, bem como um canal de denúncias confiável e independente. "No entanto, caso ocorra algum desvio, é essencial que seja feita uma investigação independente, para diagnosticar quais são os aspectos vulneráveis e quem são os envolvidos. Uma investigação utilizando as expertises e ferramentas adequadas, pode trazer os subsídios para que os investimentos sejam direcionados efetivamente para a prevenção", ressalta.

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