A Tele Norte Leste Participações, holding do grupo Telemar (agora rebatizado como Oi), registrou em 2006 o maior lucro de sua história pós-privatização: R$ 1,31 bilhão, montante 18% superior ao R$ 1,11 bilhão verificado em 2005.
Só no quarto trimestre, o lucro líquido da companhia foi de R$ 613,3 milhões ? bem acima da expectativa de alguns analistas, que projetavam algo próximo a R$ 365 milhões. O lucro foi impactado, em boa parte, por créditos fiscais de R$ 290 milhões lançados no balanço da Oi.
A receita bruta da companhia subiu 2,3% na comparação ano-a-ano, atingindo R$ 24,23 bilhões em 2006. A receita líquida ano passado foi de R$ 16,87 bilhões, o que representa um pequeno aumento de 0,7% em comparação com 2005. O Ebitda da Telemar, contudo, caiu 9,8% em 2006, baixando de R$ 6,77 bilhões para R$ 6,1 bilhões.
A margem Ebitda do ano passado foi de 36,2%. No ano anterior, havia sido de 40,4%. As razões apresentadas pela companhia para a queda do Ebitda foram: reajuste negativo da TU-RL e do plano básico de telefonia fixa; provisão para pagamento da taxa de renovação da concessão de telefonia fixa; aumento de provisões fiscais e regulatórias; e maiores gastos com a manutenção da planta.
A melhora na receita da Telemar se deveu especialmente ao desempenho em telefonia móvel e no segmento de comunicação de dados. Em telefonia móvel, a receita anual no resultado consolidado do grupo aumentou 26,1%, atingindo R$ 3,47 bilhões.
Vale destacar o aumento da remuneração do uso da rede móvel, em razão do full billing, que saltou de R$ 266 milhões para R$ 610 milhões (esses números excluem a parte paga pela própria Telemar), ou seja: um crescimento de 129%.
Por outro lado, a receita com venda de aparelhos caiu mais da metade, baixando de R$ 767 milhões para R$ 318 milhões, em razão da estratégia da companhia de sair do negócio de compra e venda de celulares, estimulando a venda direta do fabricante para o varejista.
Banda larga
No segmento de comunicação de dados, o faturamento da empresa cresceu 22% em 2006, alcançando R$ 2,51 bilhões. Neste caso, o destaque é o Velox, serviço de acesso em banda larga da operadora, cuja receita foi de R$ 915,4 milhões em 2006, o que significa um aumento de 36,7% em relação ao ano anterior. Ao fim de dezembro, o Velox tinha 1,1 milhão de clientes.
A projeção para 2007 é alcançar a marca de 1,4 milhão de assinantes do serviço de banda larga.
Em telefonia local, a receita anual caiu 2%, baixando de R$ 12,14 bilhões para R$ 11,9 bilhões. A base de linhas fixas em serviço permaneceu estável, em 14,4 milhões. Desse total, 1,7 milhão já migraram para o plano de minutos.
Em longa distância, a queda foi de 2,4%, passando de R$ 3,8 bilhões para R$ 3,7 bilhões. Nesse segmento, a maior redução aconteceu nas chamadas inter-setoriais, cujo faturamento diminuiu 16%, caindo de R$ 598 milhões para R$ 502 milhões. O motivo seria a migração de tráfego fixo para móvel, explicou o diretor de finanças e relações com os investidores da Telemar, José Luis Salazar. Em longa distância, só subiram as receitas com ligações inter-regionais (+2,7%) e fixo-móvel (+21,8%).
Investimento e dívida
Em 2006, a Telemar investiu R$ 2,3 bilhões, sendo 71% deste total destinado à telefonia fixa e o restante à móvel. Para 2007, a empresa promete investir R$ 2,4 bilhões, dos quais 80% serão alocados em telefonia fixa e 20% em móvel. Cerca de R$ 300 milhões serão destinados a novos negócios.
Em 31 de dezembro passado, a dívida bruta da Telemar era de R$ 9,6 bilhões: 2,9% a menos que na mesma data de 2005. Com R$ 4,7 bilhões em caixa, a dívida líquida da companhia era de R$ 4,9 bilhões no fim do ano passado. Isso representa uma redução de 19,7% em relação à dívida líquida registrada ao fim do ano anterior.
A companhia está otimista com o cenário econômico nacional de queda de juros e de inflação estável, o que deve levar a resultados financeiros ainda melhores em 2007.