Nos anos anteriores à pandemia, parecia ser uma regra em todas as conferências de tecnologia a palavra "agilidade". Precisávamos ser ágeis porque o "mundo está mudando" ou "a mudança é a única constante". Hoje isso já não faz mais tanto sentido porque vivemos em uma época completamente imprevisível e o que sabemos é que temos que dar ênfase na saúde física e mental, incluindo bem-estar no ambiente de trabalho. O ganho de produtividade é consequência direta de uma vida equilibrada e flexível.
É interessante levar essa flexibilidade também ao ecossistema empresarial e para a tecnologia. Vejo que prover flexibilidade em quatro áreas específicas de TI será a melhor maneira de as organizações prosperarem.
Dentre as quatro principais áreas, destacam-se:
Novo modelo flexível para uso de software
O software empresarial costumava ser um negócio engessado e de tamanho único: você pagava adiantado com bastante excesso de capacidade incorporada a fim de evitar atingir um teto – e depois pagava novamente uma taxa anual de manutenção. Resultado: pouco valor para o comprador, nenhuma correlação entre o uso e o preço pago, e um amarre "lock-in" efetivo, o que dificulta a mudança de fornecedor. Mas com o modelo de assinatura, agora é possível pagar por seu uso, ou seja, com base no consumo e sem penalidades por uso insuficiente ou excessivo. Isso proporciona não só um valor efetivo para o CFO, mas também a confiança para experimentar novas ideias e projetos com risco mínimo, pois eles podem ser encerrados rapidamente.
Infraestrutura sob demanda e em nuvem
Mesmo antes da pandemia viu-se uma clara aceleração no uso de aplicações de nuvem pública e privada, em parte devido ao suporte inerente e independente de dispositivos para trabalho remoto, colaboração e VDI. E a nuvem geralmente anda de mãos dadas com os preços das assinaturas, cujas vantagens já discutimos. Da mesma forma, algumas organizações estão usando plataformas de nuvem para aumentar ofertas baseadas em análises em tempo real que ajudam a identificar oportunidades e a desencadear ações rápidas.
A nuvem híbrida cobre as bases de qualquer que seja o futuro do trabalho a curto e médio prazo, podendo ser uma boa alternativa. As soluções em nuvem são rápidas de configurar, fáceis de escalonar e podem ser prontamente descartadas. Esse é o exemplo perfeito de uma arquitetura de TI que atende às necessidades do negócio.
3.Força de trabalho satisfeita
Parece provável que para muitas, se não para a maioria das empresas, persistirá uma abordagem de trabalho híbrido mesmo quando a pandemia se tornar algo muito menos assustador e urgente. No entanto, é difícil saber exatamente como isso irá manifestar. Algumas empresas estão vendo um aumento no número de funcionários trabalhando no escritório alguns dias por semana, mas nós simplesmente não sabemos quais serão os padrões de trabalho que irão surgir.
Há desafios para isso, mas também há inúmeras oportunidades, porque temos uma chance de construir um novo modelo de trabalho. Precisamos ter colaboradores em locais onde se sintam confortáveis, motivados e equilibrados e precisamos encontrar novas maneiras de incentivar a colaboração. Isso envolverá novas atitudes, novos projetos, novos sistemas de gestão de conhecimento e trabalho em equipe.
4.Liderança positiva
Os líderes precisam sempre impulsionar a mudança e a inovação. Um CEO não pode simplesmente dizer "este é o caminho para o próximo ano", muito menos para os próximos cinco anos. Em vez de vender uma visão fixa, ele precisa compartilhar uma sensação de adaptação à mudança. Não é uma mensagem fácil de promover, mas é essencial que as pessoas saibam que a mudança vai estar no ar por algum tempo. Os varejistas não sabem se haverá uma demanda para voltar às compras de rua e as empresas de hotelaria não podem ter certeza do que seu público vai querer. Todos nós precisamos ser humildes e ouvir sinais do que a pandemia fez para mudar o comportamento humano. Os líderes precisarão planejar, é claro, mas também devem viver com a expectativa de uma necessidade de corrigir o curso atual.
Leonel Oliveira, diretor geral da Nutanix Brasil.