Após anunciar o Programa Nacional de Banda Larga, o governo já fala em expandir o projeto. Agora a nova meta que será colocada na mesa de negociações é como levar banda larga também para as escolas nas áreas rurais e remotas do País.
O plano inicial é usar o Gesac para cumprir essa tarefa. Mas as celulares não irão escapar de receber, ao menos, um convite do governo para entrar no projeto.
Segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, esta segunda parte do programa ?está em gestação?. Dilma, inclusive, disse em seu discurso que é esta segunda etapa que transforma a política anunciada hoje em um programa nacional de banda larga. Para a ministra, levar a internet em banda larga para as áreas rurais é importante para igualar essa política pública, que em sua fase inicial atenderá apenas as escolas urbanas.
Apelo
Este foi um apelo feito também pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que destacou o trabalho de sua pasta em equipar as escolas brasileiras com laboratórios de informática. Segundo Haddad, até o final de 2009, o MEC terá implantado 138,4 mil laboratórios de informática em todo o País.
Como o número é visivelmente superior às 55 mil escolas urbanas que serão atendidas nessa primeira etapa do programa de banda larga pelas concessionárias, o ministro destacou a necessidade de que o plano continue expandindo para conectar mais escolas. ?Espero que se avancem nas negociações. Esse benefício não pode ficar restrito às cidades?, declarou.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, também deu sinais de que a idéia é ampliar ainda mais o projeto. Em seu discurso, o ministro disse que a meta final do governo é atender as 142 mil escolas públicas existentes no Brasil. Segundo Costa, um ponto que ainda precisa ser acertado é o uso do Fust para a universalização da banda larga. O entendimento do Minicom é que é preciso mudar a lei para que a verba possa ser usada em projetos como o anunciado hoje. ?Temos explorado todos os caminhos apresentados pelo TCU sobre o uso do Fust, tanto que no ano passado apresentamos oito projetos para uso dos recursos?, afirmou. Porém, no campo dos serviços de banda larga, ministério e TCU ainda não teria chegado a um consenso sobre a possibilidade do uso da verba do fundo.
Novas negociações
Para a ministra Dilma Rousseff, a entrada das celulares nessa segunda etapa é um dos fatores importantes para o sucesso da proposta. ?A rede celular também será convidada a participar?, confirmou a ministra. Ela destacou a existência das novas tecnologias móveis, como o 3G e o WiMAX, que contribuem para que as operadoras móveis sejam potenciais agentes nessa expansão.
Mesmo as concessionárias do STFC podem ser chamadas novamente para participar de outras fases do programa de banda larga, segundo o ministro Hélio Costa. Nos planos do ministro, é possível avançar para outras áreas como segurança pública e saúde, onde as concessionárias voltariam a ter papel importante, inclusive com a possibilidade de a expansão poder ser subsidiada pelo Fust.