Pesquisa realizada globalmente pela SoftwareOne, com mais de 500 decisores de TI, aponta que a lacuna de profissionais qualificados em nuvem, entre outros pontos, sobrecarrega as equipes de TI com um impacto médio negativo de 31% na produtividade.
O levantamento também indica ainda que 62% dos respondentes possuem apenas metade das habilidades necessárias em TI para aproveitar efetivamente a Inteligência Artificial, enquanto 41% afirmam estar com dificuldades para encontrar funcionários com esse conhecimento específico
O plano de ação de 97% das empresas prevê aprimorar as habilidades da equipe existente; de 84% reter talentos atuais; de 98% a atração de novos talentos; e de 93% o investimento em serviços gerenciados de nuvem
Denominado "Relatório de Habilidades em Nuvem: Preenchendo a lacuna de talentos para desbloquear o potencial da tecnologia em nuvem", o estudo foi realizado a partir de entrevistas com 500 tomadores de decisão da área de TI no Reino Unido, Benelux, América do Norte e Austrália e buscou compreender como a escassez de competências em nuvem está afetando as equipes de TI e suas prioridades em 2024.
Impacto comercial
A pesquisa revelou que 98% das organizações em todo o mundo estão enfrentando uma lacuna de profissionais com habilidades em nuvem, principalmente ao tentar encontrar pessoas com habilidades gerais, conhecimento em arquitetura de nuvem e habilidades de adaptação, monitoramento e resolução de problemas. O mesmo percentual de decisores ouvidos ainda reconheceu que essa falta de competências impactou negativamente as operações em área críticas.
Os principais problemas incluem atrasos de cerca de cinco meses em projetos de transformação digital e consequente impacto nos objetivos financeiros; riscos de compliance e segurança de dados; além de problemas de interrupções e desempenho de aplicativos, os quais ainda impactam as operações comerciais, produtividade e experiência do cliente.
De acordo com o relatório, a lacuna de profissionais qualificados em nuvem ainda afeta o desenvolvimento de inovações; restringe a ampliação do uso da nuvem; e sobrecarrega as equipes de TI com um impacto médio negativo de 31% na produtividade – o que, consequentemente, dificulta a retenção de talentos.
Além da nuvem, a IA
Ao passo que as equipes de TI se esforçam para desenvolver as habilidades em nuvem, agora ainda enfrentam um novo desafio com o avanço da Inteligência Artificial. Isso porque, 62% dos respondentes da pesquisa relatam possuir apenas metade das habilidades necessárias em TI para aproveitar efetivamente a tecnologia, enquanto 41% afirmam estar com dificuldades para encontrar funcionários com esse conhecimento específico, o que está limitando a capacidade de aproveitar o potencial transformador da IA.
A pesquisa revela também que, para lidar com a escassez do mercado, os líderes de TI estão adotando uma abordagem de quatro frentes: 97% estão aprimorando as habilidades da equipe existente; 84% estão retendo talentos atuais; 98% estão buscando atrair novos talentos; e 93% estão investindo em serviços gerenciados de nuvem para preencher a lacuna, os quais devem desempenhar um papel fundamental na superação desse desafio. Além disso, a boa notícia é que 87% dos entrevistados acreditam que nos próximos cinco anos a escassez de habilidades em nuvem em suas organizações melhorará.
Impacto humano
Enquanto as organizações sofrem com a questão da escassez, os profissionais de TI, por sua vez, também são impactados frente ao aumento da pressão e da sobrecarga de trabalho. O relatório revelou que quase um em cada quatro (23%) deixará o emprego atual caso o cenário corporativo não melhore.
Os principais problemas apontados pelos profissionais são a falta de suporte para desempenho da função; tensão com os chefes e dentro das equipes; desconforto ao solicitar treinamento adicional; aumento da pressão para acelerar a transformação digital; dificuldades para manter membros do time; e gastar um terço da semana de trabalho com tarefas monótonas ou desmotivadoras.
De acordo com o Country Manager da SoftwareOne Brasil, Otavio Argenton, algumas organizações têm uma quantidade significativa de talentos orientada para cenários on-premises e, ao migrar para a nuvem, o mindset e a cultura de trabalho precisam se ajustar a um novo ambiente e forma de trabalhar.
"É importante compreender que transformar anos de administração de sistemas de TI para uma mentalidade de nuvem não acontece da noite para o dia, já que isso requer uma mudança comportamental aliada a um conjunto de habilidades completamente novo. É possível contratar profissionais com essas capacidades, contudo, reorientar seu talento existente para o novo ambiente de trabalho, além de fornecer a eles suporte adicional, é vital para o sucesso a longo prazo", ressalta.
O papel do FinOps
O conceito de FinOps (gestão financeira da nuvem) desempenha um papel importante no enfrentamento da atual lacuna de habilidades, uma vez que ele é capaz de maximizar o valor da nuvem. "Para colher os frutos, as áreas de compras, finanças, DevOps e segurança devem estar envolvidas no desenvolvimento dessa estrutura de governança da gestão da nuvem para assim, garantirem tomadas de decisões assertivas em todas as frentes", finaliza o executivo.