Cerca de 80% da força de trabalho das companhias latino-americanas passam longo tempo longe de suas mesas ou do próprio escritório, mas apenas 30% do tempo em que estão fora da empresa utilizam a comunicação móvel para se conectar ao escritório.
A constatação é de um estudo recente realizado pela IDC América Latina, que traça um panorama e as tendências sobre mobilidade e convergência na região. ?É, sem dúvida, um nível bastante baixo de uso da mobilidade nas empresas da região?, observa Romina Aducci, diretora de telecom da IDC América Latina, que apresentou o estudo durante o IDC Brazil Business Mobility & Convergence Conference 2007, evento realizado nesta terça-feira (8/5), em São Paulo.
Para a analista, porém, a baixa penetração do uso da mobilidade não chega a ser um indicativo ruim, pois aponta que há um grande espaço para as aplicações móveis crescerem na América Latina. ?As empresas ainda precisam 'enxergar' o valor agregado que a mobilidade pode trazer ao negócio e ter acesso a produtos e serviços mais eficientes", avalia Romina, ao dizer que a maior parte da força de trabalho na região ainda utiliza a mobilidade para a comunicação de voz.
Apesar dos diferentes níveis de uso entre os países pesquisados (México, Argentina e Brasil), o estudo revela que a mobilidade corporativa ainda é incipiente na América Latina. E, dentre eles, o Brasil é o que detém a menor taxa de penetração de soluções móveis no ambiente corporativo ?? o levantamento foi realizado junto a 301 empresas com 500 funcionários ou mais.
De acordo com o estudo, na Argentina a maioria das empresas utiliza a mensagem de texto (SMS) como ferramenta de trabalho, enquanto que no México ? o mais avançado entre eles ?, a mobilidade é usada para acesso a aplicações de CRM, ERP e mensagens instantâneas. No Brasil, os serviços mais usados os de acesso a e-mail, aplicações de desktop e SMS. Mas, segundo Romina, o país apresenta um grau menor de uso das aplicações móveis do que o México. "O Brasil ainda não evoluiu para a integração das aplicações com o mundo móvel. Há uma dificuldade em viabilizar esses projetos", completa.
Para a analista da IDC, trata-se de uma questão cultural, cuja mudança de mentalidade demanda tempo. Além disso, segundo Romina, empresas latino-americanas ainda não encontraram justificativas de negócios para aderir à mobilidade. "É um grande desafio para as operadoras e desenvolvedores de aplicações, já que somente com serviços de qualidade, as corporações vão repensar seus planos", concluiu a analista.