A Nestlé Brasil vem acelerando os investimentos em iniciativas para conectar, monitorar e extrair dados em tempo real das cerca de 300 linhas de produção que operam em 14 fábricas da empresa espalhadas pelo país. A iniciativa parte da premissa de que, quanto mais informações coletadas e depuradas de maneira customizada nesse ecossistema tecnológico, maiores as chances de obter mais eficiência, mais segurança, mais qualidade e mais inovação – tanto de processos, como de produtos. A expectativa da empresa é atingir cerca de 90% do parque fabril brasileiro conectado até o final deste ano.
Atualmente, são mais de 24.000 instrumentos instalados nas linhas de produção da Nestlé (como sensores de diversos tipos, transmissores de pressão, câmeras com diferentes funcionalidades, entre outros), que produzem um alto volume de dados tratados e transformados por softwares robustos e customizados para análise de informações, como a quantidade de energia utilizada no dia ou no mês e a comparação com períodos anteriores.
Tecnologias como Data Analytics e Inteligência Artificial realizam as correlações mais complexas dos dados para identificar padrões de funcionamento de equipamentos, por exemplo, gerando insights, como predições de manutenção preventiva a partir da previsão de falha de uma peça, por exemplo. Neste ponto, as tecnologias já são capazes de ajustar automaticamente certos controles de automação, isso significa que o equipamento pode ajustar suas configurações por conta própria, antecipando-se a oscilações de processo com base em modelos de inteligência artificial.
Na prática, isso significa que a empresa tem as informações mais importantes sobre o desempenho e o funcionamento de cada linha conectada. E tudo em tempo real e formato amigável, para que todas as pessoas envolvidas na operação – da área de gestão à linha operacional – visualizem e tomem rapidamente as melhores decisões. A conectividade não só permite mostrar quantas unidades de um determinado produto foram produzidas e se estão dentro do tempo planejado, mas também disponibiliza dados que são necessários para a construção de modelos preditivos para alterações no comportamento da linha, antecipando respostas e indicando causas prováveis.
A transformação digital das fábricas envolve a implementação de diversas camadas de tecnologia e um cuidadoso planejamento para orientar os resultados potenciais que cada projeto pode oferecer ao negócio. Esta jornada está redefinindo como as pessoas trabalham, além de aumentar a eficiência e retroalimentar a inovação em todo o espectro da operação brasileira – que encerrou 2023 como a terceira maior em vendas da companhia pelo segundo ano seguido, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
"Os esforços da Nestlé Brasil para inovar e avançar com a digitalização do parque produtivo geraram resultados notáveis, como a redução de 30% das paradas não planejadas nas linhas de produção em 2023, na comparação com 2019. Uma parada inesperada implica em perdas, tempo ocioso e, consequentemente compromete a produtividade", afirma Gustavo Moura, gerente executivo de Automação e Transformação Digital da Nestlé.
O executivo explica, ainda, que houve um aumento de 23% da flexibilidade das linhas de produção (de 2019 para 2023) – para que uma mesma linha possa produzir formatos diferentes de produtos sem impactar o planejamento de parada. Aqui, é preciso explicar que, para mudar o produto de uma linha, é necessário parar a produção em andamento, realizar limpezas, alterar formatos de máquinas e matérias-primas, para, só depois, retomar a atividade. Em 2023, houve, portanto, quase um quarto a mais de trocas de formatos nas linhas da Nestlé Brasil, na comparação com 2021.
Isso possibilita a entrada de novos produtos para atender à crescente demanda dos consumidores por variedade e novidades sem que haja impacto na eficiência da operação. As automações industriais permitiram reduzir o tempo de troca de formatos e uso de IA vem auxiliando para determinar o melhor momento para parar uma linha para limpeza, por exemplo. Por fim, foi detectado aumento de produtividade de 7% na média das fábricas localizadas no Brasil, desde 2019.