O estudo "CEO Outlook 2023" no recorte da área de tecnologia, realizado pela KPMG, concluiu que a maioria (84%) dos líderes da área desse setor concordam que inteligência artificial generativa está no topo das prioridades em investimentos, e 21% apontam o aumento da lucratividade como o principal benefício de seu uso. Além disso, 25% afirmam que avançar na digitalização e na conectividade é a principal meta para alcançar o crescimento nos próximos três anos.
O relatório apresentou as perspectivas de 127 CEOs globais do segmento tecnológico sobre os negócios e o cenário econômico ao longo dos próximos três anos. O entusiasmo dos líderes digitais pela inteligência artificial é refletido nas análises, na qual 38% disseram que aderem às tecnologias emergentes e 58% estão investindo mais na aquisição de novas tecnologias.
No entanto, 55% das organizações também disseram que o progresso rumo à automação foi adiado devido a preocupações em relação ao modo como os sistemas tomam decisões. Mais da metade (53%) compartilha preocupações a respeito de desafios éticos relacionados à implementação da inteligência artificial generativa, como por exemplo, plágio, proteção de dados, viés e falta de transparência.
"Vemos vencedores e perdedores em todas as tecnologias emergentes, e esta é a próxima onda. Há muitos novos jogadores no mercado de inteligência artificial, e acredito que, em função disso, haverá uma grande atividade de fusões e aquisições no setor. Com as grandes empresas de tecnologia desenvolvendo modelos sofisticados dessa ferramenta, aqueles que entraram na corrida mais cedo podem ter dificuldades em seguir sozinhos por muito tempo", analisa o sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, Márcio Kanamaru.
Segundo o levantamento, os presidentes executivos do setor de tecnologia estão reconhecendo, cada vez mais, que os fatores ESG são uma parte indispensável de suas estratégias corporativas. Quase 70% deles afirmaram ter incorporado plenamente esses tópicos e 24% acreditam que sua estratégia terá maior impacto nos relacionamentos com os clientes pelos próximos três anos.
Apesar dos avanços, os CEOs da área reconhecem que têm mais trabalho a fazer, uma vez que 83% afirmam não estar preparados para enfrentar o escrutínio relacionado ao ESG por parte dos investidores. Eles estão priorizando modelos de governança e protocolos de transparência, relatórios de melhores práticas (34%), seguidos pela abordagem de desafios ambientais, como atingir a neutralidade em carbono (31%) — com o reconhecimento de que não atender às expectativas das partes interessadas pode tornar ainda mais difícil levantar fundos.