O presidente da concessionária de energia elétrica Ampla, Marcelo Llévenes, informou que a troca dos medidores de consumo convencionais por digitais tem o objetivo de combater o furto de energia. O executivo disse que, enquanto a média de furto no Brasil é de 6%, nos municípios que a empresa atende no Rio de Janeiro é 13,4%.
Em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor, o presidente da Ampla afirmou que o furto de energia elétrica nos municípios fluminenses é motivado por uma questão cultural, e não devido à renda da população. Ele lembrou que o Rio é o quinto estado no ranking de desenvolvimento humano e está à frente, por exemplo, do Ceará, que apresenta índice de furto de energia de 13%.
Llévenes ressaltou que o medidor digital permite o acompanhamento diário do consumo e, por estar localizado no alto dos postes, inibe os "gatos" (ligações clandestinas). Ele destacou que a adoção desses medidores é uma tendência mundial ? no Brasil, já foram instalados 2 milhões deles; no mundo, o total de equipamentos chega a 100 milhões.
O presidente da Ampla informou que, depois da adoção dos novos medidores, apenas 28% das contas apresentaram aumento de consumo. Essas contas mostraram quatro perfis de consumidor: o consumista exagerado (52%), o comerciante informal (8%), o consumidor de baixa renda que tem alto consumo por usar eletrodomésticos antigos e instalações precárias (35%) e os solidários a terceiros, que podem ter autorizado o desvio de sua energia ou tiveram a energia furtada (5%).
Llévenes relatou, no entanto, que a empresa fez um trabalho de conscientização antes de substituir o equipamento. Esse trabalho foi direcionado principalmente aos consumidores de baixa renda, que foram informados sobre os benefícios oferecidos pelo governo, como tarifas de baixo consumo e investimento direto na melhoria das instalações.