Caminhando nas nuvens

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Será que existe uma convergência de todas as tecnologias e ferramentas que surgem a cada dia na área de tecnologia? Até que ponto podemos imaginar que soluções como virtualização, Software como Serviço (SaaS), Grid Computing, Cluster, SOA (Service Oriented Architeture), Web 2.0, entre tantas outras com as quais convivemos a cada dia irão atuar de maneira sinérgica como um ambiente único de tecnologia para as empresas?

Por causa dessa expectativa, que ganha força a cada dia, surgiu um novo conceito batizado de Cloud Computing (Computação em Nuvem). Ele baseia-se fortemente na convergência dessas tecnologias e, principalmente, na disponibilização de uma infra-estrutura de TI flexível e adequada às necessidades da empresa.

Muito temos ouvido a respeito desse conceito em todo o mundo. Grandes empresas fornecedoras de tecnologia, como Microsoft, Oracle, HP e IBM, têm colocado como foco de suas estratégias atingir um nível de excelência para serviços e produtos voltados a essa nova tendência. No Brasil, talvez por um delay natural em relação ao nível de maturidade existente nos mercados americano e europeu, essas estratégias ainda não se apresentam com tanta força. Porém, sem dúvida alguma, já são uma parte importante da estratégia de empresas de infraestrutura de TI, data centers e empresas integradoras de um modo geral. Mas, qual o sentido de todo esse movimento de mercado? Será que toda essa convergência para um modelo de negócios realmente faz sentido?

Para avaliar essas questões, recorro ao artigo "IT Doesn't Matter" (TI não importa mais, em tradução livre), de Nicholas Carr, publicado cinco anos atrás na revista Harvard Business Review. Nele, o sr. Carr faz um paralelo entre o setor de tecnologia e o que aconteceu com o mercado de energia elétrica no passado. Nessa análise, ele ilustra que grandes empresas, no início da utilização industrial da energia elétrica, investiram pesadas quantias em usinas geradoras de energia. Anos mais tarde, essas mesmas corporações passaram a vender ou terceirizar esses ativos e a utilizar esses serviços de geradoras e distribuidoras especializadas. A energia elétrica se tornou um insumo tão importante quanto outros em seu processo produtivo.

Analisando esse fato histórico, podemos dizer que, no momento em que se constrói o conceito de Cloud Computing, a área de TI é colocada como um importante insumo no processo produtivo. Digo até que trabalhando de maneira mais efetiva para que esse insumo seja transformado em um diferencial competitivo. Isso porque o Cloud Computing promove uma convergência de tecnologias capaz de criar uma estrutura aberta e flexível que permite atender, quase que universalmente, às principais necessidades de TI das empresas. O resultado é o foco dos gestores no próprio negócio.

Manter a atenção nas atividades produtivas é fundamental em momentos de crise. Por isso, contar com uma solução que ofereça uma estrutura virtualmente presente em qualquer tempo e momento, com níveis de serviço acima dos atuais, flexível e aderente às sazonalidades do negócio, pode ser o mesmo que encontrar um belo e límpido horizonte, capaz de suplantar um céu repleto de nuvens e trovoadas, condição tão comum em nossos negócios. De resto, é esperar que essas nuvens tornem-se cada dia mais densas para que possamos efetivamente caminhar sobre elas!

* Ricardo Aquino é diretor Comercial de Serviços da Vertical Indústria/Serviços da B2Br

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