Ao interagir com clientes da indústria financeira, a maioria das conversas rapidamente se volta para um tema: Segurança. Os bancos lidam com grandes volumes de dados e transações todos os dias. Por isso, a segurança é um fator essencial para garantir a confiança dos clientes, a integridade dos sistemas e a prevenção de fraudes e ataques.
Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, os bancos brasileiros vão investir até 10% de seu orçamento de tecnologia e inovação em cibersegurança – serão R$ 4,7 bilhões investidos para se prepararem para uma nova realidade com o aumento do trabalho digital e a migração das cargas de trabalho para a nuvem. Essa expansão digital deixou as empresas com propriedades de TI mais complexas e apresentou aos cibercriminosos uma frente mais ampla e oportunista para realizar ataques.
As organizações estão buscando o equilíbrio tecnológico certo entre a competitividade, atendendo cada vez mais as expectativas dos clientes, e a confiança, crucial para o setor financeiro. Por isso, a pesquisa da Febraban aponta que a segurança é prioridade estratégica para 100% dos bancos entrevistados, com investimentos centrados em arquitetura, infraestrutura e ferramentas especializadas para detecção e respostas a ameaças.
Para impulsionar a inovação, o setor de serviços financeiros deve priorizar a segurança e resiliência como parte de uma estratégia sólida. À medida que as ameaças se tornam mais sofisticadas e frequentes, uma abordagem de resiliência cibernética significa antecipar ataques e se recuperar rapidamente quando eles inevitavelmente acontecem. No caso da modernização, vemos que a migração para a nuvem e a implantação de ambientes híbridos podem criar melhores experiências para os clientes, garantindo a segurança — ao mesmo tempo em que oferecem uma vantagem competitiva.
Um dos fatores que mais influenciam a segurança nos bancos é o uso da Inteligência Artificial. Há um valor significativo a ser desbloqueado com a sua aplicação para automatizar processos de negócios. Embora os bancos estejam ansiosos para adotar a IA para melhorar a detecção de fraudes, aumentar a produtividade interna e transformar ainda mais a experiência do cliente, eles também hesitam em ir além de pequenas implementações. A principal razão para essa relutância: a confiança.
A IA generativa pode trazer riscos já que as organizações estão entrando em áreas desconhecidas de desenvolvimento e uso de tecnologia autônoma de forma ética e responsável. Para ajudar os bancos que estão procurando se envolver com projetos de IA a navegar nesses novos desafios, é importante ter duas estratégias em mente: atender às regulamentações e padrões de IA para obter orientação, adotando princípios fundamentais comuns para que os sistemas sejam treinados e desenvolvidos de forma justa e prestar atenção à fonte e integridade dos dados.
Embora a IA seja atraente e bem-intencionada, ela também tem o potencial de causar estragos se não for devidamente guiada e gerenciada. Barreiras de proteção e governança apropriadas devem ser definidas desde o início para que a IA funcione como uma companheira confiável no sistema bancário global. E é fundamental que essas grades de proteção atinjam o equilíbrio entre gerenciar riscos e permitir a inovação e o crescimento sustentados.
As organizações de serviços financeiros terão uma jornada de transformação complexa e contínua para se manterem competitivas. Com o parceiro de tecnologia e consultoria corretos e com seus esforços concentrados em segurança e resiliência, não tenho dúvidas de que será uma jornada bem-sucedida, trazendo inovação e ótimos resultados de negócios.
Spencer Gracias, Diretor Geral da Kyndryl Brasil.