O futuro: grandes empresas, fornecedoras de recursos de TI, investem no desenvolvimento de novas tecnologias, sistemas de gestão, software e projetos de consultoria. Mas, uma empresa fornecedora não pode só oferecer o hardware, ou o software isoladamente. As empresas usuárias dos recursos de TI precisam de soluções e não mais buscam três, quatro ou cinco fornecedores. Apenas em um deles desejam encontrar a solução completa – de hardware e software à implementação e os serviços de suporte e sustentação da tecnologia. Para quem pensa que a previsão pode significar perda de crescimento ou de emprego, o engano é certo. Pelo contrário. Novas áreas se abrem com inúmeras possibilidades de carreira. E é aqui que começa a busca pela grande chance.
Certamente, trabalhar em TI requer muita dedicação no estudo e formação que não requer, necessariamente, um curso superior. Hoje, o ideal é que o profissional seja um especialista e que esteja rapidamente pronto para o mercado, razão do sucesso dos cursos de tecnologia. O profissional de informática é medido por competência – quanto mais atualizado estiver, melhor – e as certificações técnicas são importantíssimas para o desenvolvimento da carreira. Mas, ainda é um problema para o mercado a fluência em idiomas. O inglês é imprescindível e em alguns casos passa a ser mais importante do que a própria formação do profissional. Por isso, quem quiser se dar bem na carreira deve se basear nestes quatro pilares: experiência técnica, fluência na língua inglesa, perfil comportamental com maior desenvoltura e certificações técnicas. Para quem já está no mercado, o que pode ajudar no seu desenvolvimento é a aposta em novas tecnologias, acompanhar as tendências mundiais e procurar cursos que certifiquem o profissional no curto prazo. Um outro bom caminho é a experiência em empresas que prestam serviços ou em empresas clientes em TI.
A construção de currículos para os cursos de gestão da tecnologia é um dos grandes temas em debate no meio acadêmico e no mercado profissional. A exigência de profissionais capacitados a atuar em uma área que busca cada vez mais qualidade, competência técnica, flexibilidade e constante atualização, aumenta a demanda por cursos que garantam essa capacitação aos profissionais por eles formados. Isso traz grandes desafios para as instituições de ensino superior, porque a dinâmica da área é incompatível com currículos mínimos ou outras formas de engessamento da estrutura e conteúdos dos cursos de gestão da tecnologia. O campo da tecnologia da informação é, na atualidade, um dos mais promissores campos de trabalho, seja pela rapidez com que se dá o avanço tecnológico, seja pela importância do recurso para as mais diferentes organizações. O uso estratégico da gestão das informações geradas por ferramentas de TI não é apenas imprescindível e determinante nas empresas. É essencial.
Constantemente, a mídia, principalmente em revistas especializadas, diagnostica no mercado de trabalho em TI, principalmente na área da gestão, a demanda por profissionais qualificados. Eles estão em falta, sobram vagas e muitos necessitam de qualificação quando contratados, o que implica em custos adicionais para a empresa contratante. Além disso, há de se contabilizar o dispêndio de tempo para qualificá-lo. E tempo é um dos fatores prioritários para as organizações. O acesso rápido às informações é vital para que a empresa consiga atender às demandas de clientes cada vez mais exigentes. Obter, rapidamente, o maior número de informações disponíveis e confiáveis é fundamental, razão pela qual a gestão da tecnologia da informação – que permite, a partir de técnicas e ferramentas de TI, obter todas as informações de forma confiável, rápida e com alto grau de disponibilidade – é preponderante.
A exigência: profissionais que tenham o domínio da gestão da Tecnologia da Informação e que conheçam as diversas áreas/departamentos das empresas, de modo a dimensionar exatamente o que as organizações necessitam para ter acesso às informações de maneira rápida, precisa, confiável e segura. Um profissional com esse nível de conhecimento na área de informática, e com bons conhecimentos na área da administração, é raro. Com o atual dinamismo, toda organização, por menor que seja, necessita de pelo menos um profissional qualificado e apto a tomar e/ou auxiliar na tomada de decisões importantes, ou para gerenciar projetos na área de tecnologia voltada à administração. Alguém capaz de reter e manipular as informações, geradas com auxílio da TI, indispensáveis à tomada de decisões gerenciais.
As universidades não perceberam que o perfil do profissional de TI está mudando e continuam formando pessoas iguais, enquanto o mercado anseia por pessoas versáteis, adaptáveis, com iniciativa, trabalho em equipe e que entenda de negócios. Segundo pesquisas do Instituto Gartner, seis, em cada dez profissionais de TI, deverão ocupar funções de negócios até 2010.
O mercado profissional de TI é o mais democrático. São tantas as suas funções e interpretações que há possibilidade de emprego para diferentes formações. De acordo com a Culpeppers and Associates, empresa especializada na pesquisa de salários, cargos e planos de carreiras nas áreas de TI e telecomunicações, existem nada menos que 184 diferentes cargos e funções disponíveis hoje no mercado de TI.
Paulo Antonio de Almeida,PMP, diretor-presidente da KPO Consulting and Educational Services