A fabricante taiwanesa de smartphones HTC utilizou nove patentes adquiridas do Google para fundamentar as ações movidas contra a Apple por violação de propriedade intelectual. Em uma delas, aberta na terça-feira, 6, na Corte Distrital de Delaware, nos Estados Unidos, no qual acusa a dona do iPhone e do iPad de quebrar seis patentes relacionadas às tecnologias sem fio e de displays, ela realizou alterações. Cinco das patentes foram compradas do Google na semana passada, segundo documentos apresentados ao Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos.
A fabricante também alterou um processo aberto no mês passado na Câmara de Comércio Internacional do país (ITC, na sigla em inglês). Na realidade, a HTC adicionou a esse processo as patentes em questão. Paralelamente, ela ingressou com uma nova ação, na quarta-feira, 7, na mesma Corte de Delaware, na qual acusa a Apple de quebrar mais quatro patentes recém-obtidas do Google, o que totaliza as nove tecnologias adquiridas do gigante das buscas.
“A HTC irá continuar a proteger suas tecnologias patenteadas contra violações da Apple até que elas cessem. Acreditamos que temos a obrigação de proteger nosso negócio, nossos parceiros e consumidores, que amam usar nossos produtos”, afirmou a conselheira geral da HTC, Grace Lei. Os processos da empresadevem ir a julgamento no próximo mês.
Uma porta-voz da Apple reforçou o posicionamento anterior da empresa, e sustenta que foi a HTC que quebrou patentes da empresa. “A competitividade é saudável, mas rivais devem criar suas próprias tecnologias, não roubar a nossa.”
Com as alterações nas ações, a briga travada pelas empresas de tecnologia nos tribunais tende a se acirrar. Parte das patentes usadas para atualizar o processo pertenciam originalmente à Openwave e à Palm, adquiridas depois pelo Google. E outra parte delas, utilizada na nova ação impetrada ontem na Corte de Delaware, foi comprada pelo Google com a aquisição da Motorola Mobility, antes de serem transferidas à HTC na semana passada. A fabricante é uma das principais parceiras do Google no mercado de mobilidade, já que é uma das maiores usuárias do sistema operacional Android, que equipe seus smartphones e tablets. O sistema do Google, no entanto, tem sido alvo de uma série de processos nos últimos meses por quebra de propriedade intelectual.