Cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, os dispositivos móveis – tablets e smartphones – estão estabelecendo novos comportamentos na sociedade. Até pouco tempo, computadores e celulares oferecidos pelas empresas eram muito mais avançados do que os pessoais. No entanto, a popularização de dispositivos móveis e de aplicativos que simplificam o cotidiano inverteu essa equação.
Para se ter uma ideia, segundo o instituto de pesquisa de mercado IDC, em 2010, os dispositivos móveis representavam apenas 26% do segmento brasileiro de Smart Connected Devices, composto por desktops, notebooks, tablets e smartphones. Até o final de 2014, após a venda estimada de aproximadamente 58 milhões de dispositivos móveis, o segmento deve representar 81%.
Empresas inovadoras já trabalham para se adequar a essa realidade e adotar soluções que trazem para o dia a dia dos colaboradores ferramentas usadas por eles na esfera pessoal. Essas tecnologias têm causado uma ruptura também nos modelos de negócios. Dispositivos móveis, redes sociais corporativas, analytics e soluções de automação de processos têm impactado fortemente as relações comerciais.
A adoção desse conjunto de soluções levará as empresas a um nível de convergência sem precedentes e permitirá a elas ir além da tomada de decisões em tempo real. Será possível avaliar todos os aspectos da operação, desde a cadeia de suprimentos até gestão de riscos de marketing e de desenvolvimento de produtos, e identificar, com antecedência, riscos e oportunidades de mercado. Essa velocidade é fundamental para o cenário extremamente competitivo em que estão inseridas.
Além disso, se tornar digital contribuirá para que as companhias operem de forma mais simples, mais ágil e mais conectada, levando ao aumento de produtividade, redução de custos e melhorias na experiência do consumidor, ao possibilitar uma relação mais próxima entre empresa e cliente. Em menos de um mês, a organização pode entrar nesse mundo e começar a sua jornada de transformação.
Embora os resultados sejam rápidos, o impacto é distinto em cada segmento de mercado. A diferença deve-se ao nível de adoção de tecnologia e as necessidades do setor. Uma rede de varejo, por exemplo, adotou uma solução de automação de processos e a disponibilizou por meio de tablets para todas as suas lojas. Com a implementação, foi possível padronizar os processos e centralizá-los na matriz, evitando retrabalho e desperdício de tempo. Os dispositivos móveis também contribuíram para simplificar a comunicação entre gerentes e vendedores e a matriz, agilizando decisões do RH e nas lojas.
O conjunto de soluções afeta também a eficiência operacional das empresas e a satisfação dos clientes. Uma grande companhia financeira reduziu em mais de 70% o ciclo de abertura de conta corrente ao automatizar seus processos. Agora, todos os documentos são digitalizados e inseridos no sistema da instituição, o que permite visualizar e analisar informações de forma ágil e elimina problemas como perda de documentos.
Entrar na nova era de produtividade digital não é uma opção. Segundo o Gartner, 25% das empresas que não transformarem seus negócios em digitais perderão competitividade até 2017. Por isso, adotar tecnologias que ajudam a aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos e a melhorar a utilização de ativos é uma necessidade de todas as companhias. Afinal, quando o assunto é tecnologia, a evolução é extremamente acelerada. Basta analisar todas as soluções e aplicativos que surgiram nos últimos dois anos e o quanto eles modificaram o nosso dia a dia, nas empresas e fora delas, para se dar conta do tamanho da transformação que nos aguarda.
Denis Del Bianco, diretor da TOTVS Consulting