Desde o início da pandemia da Covid-19, as empresas se viram pressionadas para lidarem com mudanças abruptas, que foram necessárias para a adaptação à nova realidade de mercado. Esse movimento mostrou a importância do papel da Tecnologia da Informação dentro das empresas tanto no quesito inovação, quanto nos aspectos de segurança do negócio. De uma área de suporte à operação, a TI se transformou em protagonista.
A importância de levar essa estrutura para o campo da decisão é uma questão que já está presente nas organizações. Segundo um recente estudo divulgado pela IDC Brasil, 40% dos CIOs de médias e grandes empresas querem aprender a gerenciar orçamentos de tecnologias para garantir mais flexibilidade e escalabilidade para o futuro dos negócios. Mas, dentro deste cenário da necessidade de transformação para se manter competitiva, as empresas enfrentam dois dilemas cruciais.
O primeiro é a capacidade de atender às demandas de inovação contando com a estrutura interna. A equipe de TI de uma indústria, por exemplo, não contempla todos os especialistas necessários para evoluir os projetos na mesma velocidade que o mercado exige. Seria preciso um time contendo especialistas em experiência e interface do usuário (UX e UI), além de designers, arquitetos e desenvolvedores. Ou seja, somente neste núcleo são cinco perfis diferentes para atender aos projetos. Somado ao fator do apagão de profissionais de TI, as empresas se veem de mãos atadas para acelerar na sua transformação. Projetos ficam estagnados, enquanto a concorrência caminha acelerada.
Neste caso, a saída para essa complexidade é acessar parceiros de desenvolvimento, que já estão preparados com estruturas de squads para atender a diferentes demandas de projetos. Sabendo que os principais motivos que levam os líderes de tecnologia a pensarem numa terceirização de TI se baseiam, principalmente, em fatores como custo, acesso a talentos, inovação, soluções demandadas pela área de negócios e serviços que não fazem parte do core business da companhia, o alerta para esta decisão fica apenas na questão da especialização. Cabe aos CIOs optarem por parceiros especializados, que unam o conhecimento na área da empresa ao comprometimento de um trabalho lado a lado com a equipe interna de TI.
Quanto ao segundo dilema, esse está voltado principalmente ao quesito inovação para atender, de fato, às necessidades da organização. É muito comum encontrar dentro das empresas iniciativas de transformação digital que não estão conectadas à área de negócios. Ou seja, silos de desenvolvimentos vão se criando, na maioria das vezes motivados pelo desejo dos especialistas em fazerem uso de novas tecnologias para criarem projetos do zero.
Tempo e dinheiro são gastos, enquanto as reais demandas deixam de ser atendidas no momento que se exige uma atuação direta. E, quando esses projetos inovadores saem do papel, a empresa pode ter perdido competitividade. Portanto, atenção ao excesso de inovação desconectada da realidade da empresa. As organizações não são laboratórios de projetos. Esse papel deve acontecer dentro das fornecedoras de projetos de TI, sem colocar em risco seus clientes.
Washington Fray, diretor de marketing e vendas da Viceri.