Em tempos passados, as operadoras de redes móveis, as chamadas MNOs, conseguiam controlar e administrar a exposição das suas redes aos riscos e ameaças da internet com relativa facilidade. No entanto, os dispositivos móveis usados por consumidores mudaram muito nos últimos cinco anos e o volume de tráfego e dados móveis explodiu. Essas mudanças tiveram um impacto muito grande na segurança de redes móveis.
Neste cenário, as ameaças de segurança emergentes afetam a integridade e desempenho de redes. Com isso, os requisitos para segurança de redes mudaram.
Além de consumir recursos da rede coração, o volume de tráfego móvel também pode ser interpretado como um ataque de negação de serviço (DoS) contra a rede ou o sistema de gestão de segurança. Isso acontece por que é difícil diferenciar entre o tráfego de rede 'normal' e o tráfego de fontes maliciosas. E uma operadora que não consegue diferenciar volumes de tráfego 'normais' e ataques maliciosos vai enfrentar sérios problemas de segurança.
Um dos riscos para a segurança de redes 4G é a crescente implementação de estações base para acesso público e estação base com microcélulas, usando comunicações de rede baseadas apenas em tecnologia IP. Esses dispositivos, localizados em áreas acessíveis ao público, não têm a mesma segurança física de uma estação base convencional, criando um ponto fraco de onde pode ser mais fácil atacar a rede usando informações no domínio público sobre ataques baseados em tecnologia IP.
"..P1 Security informou que encontrou 255 diferentes vulnerabilidades em serviços Packet Core, 75 relacionadas a HSS e HLR LTE…"
Para aproveitar dessas vulnerabilidades, pelo menos uma das três principais interfaces da infraestrutura de rede móvel será atacada:
– A rede móvel LTE que conecta milhões de dispositivos com a internet e outras redes não confiáveis – expondo a todas as ameaças que existem, inclusive malware, ataques DoS, botnets, spoofing, escaneamento de portas e muito mais, produzindo grandes volumes de sinais de rádio que comprometem vários serviços do packet core, como DNS e o P-Gateway.
– A interface IP de acesso ao rádio, conectando milhares de estações base celulares eNodeB com o packet core, criando riscos par o MME e o S-Gateway.
– A interface de roaming, conectando as redes dos parceiros de roaming e oferecendo acesso aos serviços e dados internos do packet core.
Usando uma solução Carrier-Grade NAT (CGN) na interface de acesso à internet oculta o endereço IP dos serviços e dispositivos core da internet pública, ajudando a garantir sua segurança contra ataques maliciosos usando DoS, APT e malware. A solução também protege contra tempestades de sinais de rádio e o sequestro do endereço IP do dispositivo ou estação móvel, que pode resultar em ataques de 'superfaturamento'.
O firewall NAT deve ser inteligente e capaz de identificar sessões de dados 'suspensos', iniciadas em ataques de superfaturamento. O firewall deve ser capaz de saber quando a parte que iniciou a sessão desconectou e terminar a sessão. Além disso, os registros de contas RADIUS devem ser associados ao IP do dispositivo por meio de conhecimento de identidades, permitindo que a operadora realize a intercepção legítima e ofereça segurança baseado em identidades móveis.
De acordo com a 3GPP, o gateway de segurança deve permitir autenticação IPSec entre células LTE e o packet core, para evitar acesso não autorizado à rede packet core a partir de eNodeBs. Por esse motivo, a interoperabilidade com soluções terceirizadas é essencial. Isso também permite autenticar os certificados para a camada de controle do eNodeB, além da camada de dados, e proteger dados de usuários.
Ao conectar com uma rede LTE, qualquer dispositivo móvel deve ser capaz de fazer roaming em redes LTE e 3G. Durante o período de transição para a LTE, as operadoras devem manter suas redes 3G e permitir roaming entre o packet core LTE e o packet core 3G.
As conexões para dados móveis devem ser seguras e disponíveis a qualquer momento, em qualquer lugar. As operadoras também devem proteger suas redes móveis contra ameaças de segurança atuais e futuras usando sistemas de segurança avançados para todos os protocolos LTE, inclusive GTP, SCTP e Diameter.
A implementação de soluções de segurança para operadoras móveis garante a segurança de toda a infraestrutura da operadora, inclusive acesso ao rádio, acesso à internet e conectividade em roaming. A solução também precisa ser uma oferta de serviços de segurança aos assinantes, como controles de pais e sistemas de proteção, usando o IPS, Antivírus, Anti-Bot e Filtro de URLs para viabilizar uma série de proteções de segurança para usuários móveis.
Scott Emo, responsável por segurança de terminais da Check Point Software.