Governança na TI: um equilíbrio entre hard e soft skills

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Quem trabalha na área de TI, geralmente, é aquele profissional técnico que entende de tudo no detalhe, certo? Não necessariamente. Existe o mito de que a nossa área é, essencialmente, técnica e indicada para quem se dedica às hard skills. No entanto, costumo dizer que o colaborador do século 21 precisa estar, igualmente, atento às soft skills. E aqui, neste texto, vou debater como o encontro entre ambas as competências – leia-se a governança – será um bem muito precioso para a nossa área de tecnologia.

No meu time, costumo encorajar os colaboradores a irem além do tecnicismo: precisamos entender os desafios do nosso cliente tanto quanto do nosso negócio.  Precisamos compreender aspectos como a periodicidade, níveis de impacto por áreas específicas e a criticidade de cada operação. Gosto muito quando o cliente se aprofunda no nosso modelo de trabalho e, juntos, fazemos uma imersão colaborativa. Assim, domamos processos corporativos e buscamos soluções e modelos que sejam ágeis, funcionais e rentáveis, atuando como um único time focado nos melhores resultados.

Mais do que entregar produtos e serviços confiáveis (isso deve ser nossa largada), devemos ter um pensamento inovador, que otimize o potencial da companhia e do time. Para mim, ao bom analista de TI cabe um olhar de líder, de empreendedor, de dono, ao mesmo tempo em que não pode faltar uma visão analítica sobre processos e entregas.

Conceitualmente, costumo dizer que a Governança de TI nada mais é do que um combo de práticas que dá apoio à gestão corporativa na tomada de decisões assertivas – tudo isso com um amparo da tecnologia da informação.

Parece simples e até mesmo óbvio, mas não é. Quando falo que o principal objetivo da governança de TI é direcionar a companhia para um desenvolvimento com alto desempenho, com o uso da tecnologia da informação, muitos dizem: "Mas é claro, é justamente isso que estamos fazendo". Será mesmo?

Para tornar esse debate mais palpável, elenquei algumas práticas as quais considero essenciais para quem deseja ter uma governança de TI eficaz. São essas:

  • Profundo entendimento do negócio: nossa equipe se dedica a solucionar os problemas de nossos clientes. Isso significa que precisamos entender o processo, os pontos problemáticos e as capacidades de cada projeto antes de examinar os métodos que serão implementados. Existe um dever de casa que precisa ser feito, antes mesmo de falarmos de governança – e essa preocupação "educativa" deve ser um mantra de todo e qualquer gestor.
  • Traduzindo necessidades em soluções técnicas: qualquer problema de negócio pode ser resolvido com sucesso por meio de soluções técnicas adequadas e personalizadas. Aqui entra a importância de ouvir atentamente o cliente, compreendendo suas reais necessidades. Nosso trabalho é capturar esses requisitos e traduzi-los em soluções úteis, sempre de forma flexível e eficiente. Ao final, quem nos contrata quer poder ver soluções tangíveis e que resolvam a questão que motivou sua busca por um fornecedor.
  • Visão analítica e estratégica: analisar o processo e encontrar formas de alcançá-lo faz parte do dia a dia da nossa equipe. Além de desenvolver soluções técnicas, nossas equipes também são responsáveis ??por fornecer ideias estratégicas que agreguem mais valor ao negócio. Esse valor é ampliado quando conseguimos ir além da solução técnica e gerar uma experiência positiva e diferenciada para o cliente através de um suporte contínuo e estratégico. Costumo sempre orientar os meus colaboradores: antes de falar, respire e pense. De que forma  posso colaborar de maneira mais assertiva com este cliente? Antes de tudo, é analisando e refletindo sobre o que me é dito.
    • Atitude de dono: cada funcionário aqui atua como proprietário do projeto. Dessa forma, garantimos que todos estejam comprometidos  em alcançar os melhores resultados, priorizando  o crescimento, o sucesso e a proteção dos nossos clientes. Esse senso de ownership não só aumenta a qualidade das soluções, mas também fortalece o relacionamento com o cliente, pois demonstra um comprometimento genuíno com o sucesso dele. A Skyone, por ser uma scale-up, tem processos menos complexos como algumas multinacionais e isso favorece a essa tomada de liderança por muitos dos nossos colaboradores.

  • Senso de urgência: Problemas são inevitáveis, mas o que realmente faz a diferença é como respondemos a eles. A forma como enfrentamos desafios, com senso de urgência, faz parte do nosso DNA. Não se trata apenas de resolver questões pontuais, mas de agir rapidamente e com precisão, garantindo que as soluções sejam implementadas de maneira eficiente. Esse senso de urgência nos impulsiona a buscar soluções que vão além do esperado, sempre com foco em agregar valor. Ao final, o que nos destaca não é a ausência de problemas, mas a rapidez e a estratégia com que os superamos, em parceria com nossos clientes.

Acredito que esse quarteto, se praticado com equivalência de esforços (sem pender mais para um lado ou para outro), vai além da governança de TI: ele posiciona a empresa como um exemplo de excelência em atendimento e suporte ao cliente, trazendo benefícios tanto para a governança quanto para a satisfação de quem nos escolhe.

Ricardo Fernandes, diretor de operações na Skyone.

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