Ações da Apple caem após rumores de aumento de impostos sobre ganhos de capital

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Após anunciar em outubro mais um trimestre de resultados fracos e ver seus papéis despencarem na bolsa eletrônica Nasdaq, premida por uma conjunção de fatores desfavoráveis, como as vendas do iPad aquém das estimativas, a Apple voltou a registrar queda, ainda que ligeira, em suas ações. O rebaixamento dos papéis da empresa é atribuído por analistas de Wall Street à incerteza dos investidores em relação à capacidade da empresa de manter suas margens de lucro.

Na quarta-feira, 7, as ações da companhia encerraram o pregão na Nasdaq em baixa de 3,8%, cotadas a US$ 558 cada. Às 17h (horário de Brasília) desta quinta-feira, 8, os papéis eram negociados a US$ 536,90, declínio de 3,7% em relação ao fechamento anterior, mas acabaram encerrando o dia um pouco acima desse valor — US$ 537,60, queda de 3,6% na mesma comparação. A situação foi agravada em razão das especulações sobre como a reeleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos iria influenciar os lucros dos acionistas, devido aos rumores sobre aumento de impostos e taxas sobre os rendimentos com capital, de acordo com analistas ouvidos pelo The New York Times.

Durante a campanha, Obama defendeu um aumento dos impostos de 15% para 20% sobre ganhos de capital de pessoas com renda superior a US$ 250 mil ao ano. Isso fez com que acionistas se desfizessem de uma parcela das ações da Apple, se antecipando à medida.

Considerando o histórico de ganhos dos papéis da empresa, a preocupação é justificável. Desde 2005, quando valiam US$ 35 cada, as ações da Apple aumentaram consideravelmente com picos superiores a US$ 700, registrados em setembro. Desde então, porém, a desaceleração só aumentou.

Para completar, recentemente a empresa cometeu alguns pequenos tropeços que, embora não tenham propriamente comprometido o seu desempenho, acabaram sendo sentidos. A Apple enfrentou um período de falta de produtos nas lojas após o lançamento do iPhone 5. Foram realizadas constantes auditorias nas fábricas dos produtos, operadas pela Foxconn, diante da ameaça de greve dos trabalhadores, o que revelou a dependência da empresa da fabricante chinesa. Além disso, a Apple realizou uma mudança radical em cargos de direção, dispensando e substituindo executivos.

Mesmo assim, analistas ouvidos pelo jornal americano reforçam que não se trata de um período de angústia para os acionistas. A Apple continua com enormes lucros neste ano, impulsionados pelo mercado de mobilidade. E mesmo com a baixa recente nas ações, o valor dos papéis acumulada alta de 38% neste ano.

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